
"É para quem deseja viver uma transformação": assim resume o vice-diretor César Vieira sobre o movimento Legendários, que tem reunido cada vez mais adeptos em no Brasil. A iniciativa criada na Guatemala em 2015 convida homens a subirem uma montanha para, no trajeto, torná-los melhores diante da paternidade, do matrimônio ou da própria fé.
Essencialmente cristão, o movimento ganhou popularidade a partir da adesão de celebridades desde o começo do ano. Em o Fundo, um projeto de lei foi aprovado na Câmara para incluir o Dia e a Semana dos Legendários no calendário oficial.
Quem entra para o Legendários a a integrar um grupo com cultura própria. Um dos desafios é o chamado TOP (do inglês Track Outdoor Potential), que consiste em 72h para subir e descer uma montanha. O valor da inscrição para a imersão varia entre R$ 1 mil e R$ 2 mil e é utilizado para custear o transporte, alimentação e outros materiais, como camiseta e bonés utilizados durante a subida da montanha.
Na região, o movimento tem como sede a cidade de Erechim, que atende a "manada" de o Fundo e municípios do entorno. Outras cidades gaúchas, como Capão da Canoa, Gramado e Santa Maria também possuem sede.
— A saída para a subida da montanha é de Erechim, mas ninguém sabe onde fica a montanha quando vai participar, além dos organizadores. Tem toda uma questão interna que não divulgamos. Temos várias pistas no Estado, mas não divulgamos aonde será — explica César, que é vice-diretor do Legendários Sul.
Depois de subir a montanha, o participante se torna um Legendário e recebe uma numeração que o identifica. Antes de ser coordenador, César também teve a oportunidade de subir mais de 20 montanhas e viver o desafio.
— Hoje estou junto à frente do movimento pela verdadeira transformação que eu tive em minha vida. Eu tive um verdadeiro encontro com o Legendário nº 1, que é Jesus, na montanha e tive minha vida impactada e transformada. Isso não somente como pessoa, mas como pai, esposo, na sociedade e na minha família — conta.
"72h de transformação"
Um dos legendários é o empresário Felipe Goularte, de o Fundo, que subiu sua primeira montanha em fevereiro deste ano em Erechim. O motivo inicial era simples: curiosidade.
— Fui sem um propósito, mais para ver como funcionava. Mas, depois de fevereiro foi uma mudança da água para o vinho. Eu sempre digo para quem me pergunta como é que não tem como explicar. Você tem que viver. É uma transformação única e somente estando lá para saber como Deus fala com a gente — conta.
O relato de quem participa é o mesmo: a montanha extrai a melhor versão de cada um. Para Felipe, a falta da tecnologia durante a experiência muda tudo e não somente o homem é transformado, mas também a família que aguarda pela sua volta.
Neste final de semana, Felipe deve subir a sua quarta montanha.
— Ficamos totalmente isolados. A gente dorme porque sabe que escureceu e acorda porque sabe que clareou. Quando foi a última vez, desde que inventaram o celular, que você conseguiu ficar 72 horas longe de tudo? Só você e os teus pensamentos? Nós falamos que a montanha começa quando a gente desce, no dia a dia.