
A escritora e cronista gaúcha Martha Medeiros virá a Caxias do Sul nesta quinta-feira (22), para um bate-papo com o tema O amor e tudo que ele é em comemoração aos 55 anos da Biblioteca do Sesc Caxias do Sul.
A conversa está marcada para 20h, no Teatro da entidade, e os ingressos estão à venda, pelo site, a R$10 para usuários do Sesc e demais beneficiários da Lei da Meia-Entrada; R$15 solidário, mediante a doação de um livro infantil ou infanto juvenil; e R$20 para o público em geral.
A agenda marca, inclusive, o retorno da escritora à estrada, como ela mesma diz. Desde abril, os bate-papos estão em hiato, em função da enchente, e do consequente fechamento do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, onde ela reside.
Em entrevista ao Pioneiro, Martha Medeiros divide impressões sobre o cotidiano, fala de como se mantém atual nas crônicas, mesmo escrevendo, semanalmente, há 30 anos, e sobre a identificação do público com suas narrativas.
Sete dias: Nesta agenda comemorativa aos 55 anos da Biblioteca do Sesc, o tema do teu bate-papo será "O amor e tudo que ele é". Como será essa conversa?
Martha Medeiros: Na verdade, eu não tenho uma temática única. Eu sou cronista de jornal há 30 anos. Abordo milhares de temas de toda ordem. Eu faço uma entrevista ao vivo na frente da plateia. Geralmente, me perguntam de tudo. A própria organizadora me sugeriu que falasse sobre o amor e achei interessante, porque a vida está meio barra pesada. Muita guerra, muita polarização política. Eu acho que esse ano de 2024, especialmente, está difícil. A impressão que eu tenho é que a energia do planeta não está legal. Ela sugeriu uma coisa bem humana e que tenha a ver com muitas coisas que eu escrevi. É um assunto que interessa para quem tem 18 anos, para quem tem 30, para quem tem 40, para quem tem 60, eu achei super interessante.
Como se reinventar, para sempre ter assunto, mesmo depois de três décadas escrevendo?
Esse ano faço 30 anos como cronista de jornal. E eu fiz 63 anos. Comecei com 33, que é uma fase da vida onde tudo acontece. Eu era quase recém-casada, recém-mãe. Então, nesses 30 anos, eu era uma mãe de bebê, de crianças e de repente, minhas filhas são duas adultas. Eu comecei a escrever casada, depois separei e depois tive outro relacionamento. Então, minha vida mudou muito nesses 30 anos. E fui escrevendo as coisas que eu pensava e que eu vivia. Eu posso dizer que amadureci através das crônicas de jornal. Houve uma época em que eu falava mais sobre maternidade, porque obviamente aquilo estava sendo mais prioritário na minha vida. Depois, eu falava muito sobre as relações românticas, essa obrigatoriedade de ser feliz pra sempre, de ter que durar. Porque eu também já estava me desfazendo de uma relação. Sempre usei as minhas impressões do mundo, junto com as minhas vivências. E hoje eu estou vivendo uma outra época da minha vida, a maturidade plena. Estou mais livre dessas questões que, quando a gente é mais moça, meio que segue um script. Agora não me interessa mais falar só sobre relações românticas. A maturidade me trouxe essa expansão de assuntos.
Tu sentes que és uma voz representativa, por causa da identificação que tuas crônicas geram no leitor">