Antes de alçar voo solo, Beto Bruno fala sobre fim da Cachorro Grande, que faz show de despedida em Caxias

Uma das mais bem-sucedidas bandas surgidas no Rio Grande do Sul – o que indica ir além do chamado “rock gaúcho” enquanto gênero – se despede deixando aquela sensação de que ainda é cedo. Afinal, os caras não deveriam ter se inspirado na longevidade dos Rolling Stones, banda que tiveram a oportunidade de abrir o show em Porto Alegre? Mas, talvez, tenha sido justamente por achar que o limite já havia sido alcançado, que a Cachorro Grande resolveu que 2019 seria o ano de parar. Neste sábado, a banda porto-alegrense volta a Caxias para fazer o seu show de despedida na cidade.

A apresentação será no Shiva Music Hall, espaço na medida para receber os fãs que a Cachorro amealhou na Serra numa trajetória de duas décadas, que aram voando. Olhando para trás, o vocalista Beto Bruno destaca ter vivido os melhores anos da sua vida ao lado de Rodolfo Krieger (baixo), Pedro Pelotas (teclado), Gabriel Azambuja (bateria) e Marcelo Gross (guitarra, substituído por Gustavo X nesta última turnê). Mas para todos eles, de alguma forma, havia chegado a hora de seguir sozinhos. 

– Nos divertimos como ninguém. O que a gente deu de risada, conheceu de pessoas...todos os finais de semana estando no aeroporto para ir tocar em algum lugar. Começamos como moleques, moramos juntos, batalhamos para viver do que gostamos, e agora estamos terminando a banda como adultos, todos com seus filhos. Mesmo com brigas e desentendimentos, fico feliz por termos dado à banda a chance de se despedir dos fãs da maneira certa – destaca o vocalista, que prepara o lançamento do seu primeiro álbum solo, Depois do Fim.

Ao refletir sobre as diferenças entre começar uma banda de rock em 1999 e o que seria começar uma trajetória em 2019, o vocalista considera que, de certa forma, está ando por isso ao dar início à carreira solo, com uma banda formada por jovens na faixa média dos 23 anos.  Ressalta que, mais do que nunca, quer colocar a música em primeiro lugar:

– Não querendo simplificar as coisas, acredito que, se tu tiver carinho pelo que tu faz, de alguma maneira tu vai ser reconhecido. Mas para isso tu tem que fazer um “puta” disco de estreia. O segundo vai ter que ser muito melhor. Cada show tem que ser melhor que o anterior, respeitando muito o público. É o que quero fazer daqui pra frente, com menos excessos e mais focado na música. Odeio aquelas pessoas que enchem a boca para dizer “não me arrependo de nada”. Eu me arrependo muito das vezes em que subimos ao palco sem respeitar o público como deveríamos, porque tínhamos problemas de excesso de todo o tipo. É algo que não vou levar para a minha nova banda. 

Com oito álbuns de estúdio lançados, o grupo dá adeus deixando aos fãs uma lista de sucessos que serão eternos nas playlists roqueiras: Dia Perfeito, Você Não Sabe o Que Perdeu, Sexperienced, Sinceramente, entre outras. Caxias será a antepenúltima parada da turnê. Na sequência, a banda a por Curitiba, São Paulo e POA.

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Programe-se
O quê: show de despedida da Cachorro Grande
Quando: sábado, às 23h
Onde: Shiva Music Club, em Caxias do Sul
Quanto: R$ 30 (pista) e R$ 100 (mezanino - open bar)