Bom Dia! O amanhecer tem o poder de nos colocar em movimento. Saudemos este novo dia com nossa disposição e com nosso desejo de que seja uma abençoada quinta-feira. Deus sempre conosco: isso nos anima e nos alegra. Feliz dia!
“Se tudo que você ofereceu não foi suficiente, ofereça sua ausência.” (Mario Benedetti).
A ocupação com o trabalho não deixa de ser exigente, mas não tão exigente quanto a relação humana. Fico irado com a quantidade de atritos e de desentendimentos, começando com a própria família e alcançando os outros espaços. A insatisfação está presente em um número considerável de corações.
Você pode fazer tudo por uma pessoa, mesmo assim ela nunca está satisfeita. Nem sempre o muito que oferecemos encontra espaço no outro para florescer. E isso, por si só, já é uma dor profunda. Porque quando se oferece com verdade, com inteireza, com aquele amor que se move sem cálculos, há dentro de nós uma esperança silenciosa de que o outro também vá se abrir, vá se aproximar, vá entender o valor do afeto gratuito.
Mas nem sempre entende. Às vezes, não quer entender. E por mais que a gente insista, repita gestos, multiplique as tentativas e desenhe cuidado nos mínimos detalhes, o outro segue com as mãos fechadas, o olhar distante e o coração ausente. É nesse ponto que o amor precisa se transformar em sabedoria. Não é fácil itir que nosso tudo não foi o suficiente. É uma quebra interna, uma ferida que sangra na alma. Porém, é exatamente aí que a ausência pode nascer como um gesto de respeito, primeiro por nós, depois pelo outro.
Ausentar-se não é desistir. É aceitar que há fronteiras que não se ultraam sem convite. É compreender que quem não soube acolher a presença talvez precise, antes, sentir o eco do vazio. E se nem assim compreender, ainda assim a ausência cumprirá seu papel: não o de castigar, mas o de libertar. Libertar da expectativa, da necessidade de ser aceito, do esforço cansativo de manter viva uma presença que já não era notada.
Quem já ofereceu o próprio silêncio, a paciência, o tempo e até a espera, pode também oferecer a ausência. Porque há momentos em que o melhor cuidado com o outro é sair de cena. E o melhor cuidado consigo mesmo é não mais retornar. O que nasce do amor nunca será desperdício, mesmo quando não acolhido. Mas amar também é saber a hora de parar de insistir. A ausência, quando oferecida com serenidade, pode ser um bom medicamento. Bênção! Paz & Bem! Santa Alegria! Abraço!