
Neste domingo em que se celebra o amor de mãe, abrimos espaço para homenagear mulheres que oferecem o colo que nunca falta. Cíntia Bonfante Pereira é uma delas que ilustra este elo. Fonoaudióloga e criadora do espaço Uni Centro de Estimulação Precoce, que vai além da terapia infantil, Cíntia encontrou no seu próprio maternar a inspiração para mudar a forma como acolhe outras famílias. Por trás do jaleco e da rotina intensa, pulsa uma mulher que aprendeu, com a maternidade, a converter afeto em ferramenta de cuidado e empatia. Natural de Porto Alegre e radicada caxiense há mais de 25 anos, a filha de Roberto Chaves Pereira e Clara Maria Bonfante Pereira vive hoje a plenitude (e os desafios!) de conciliar o trabalho que ama com os cuidados do pequeno Miguel, de dois anos e três meses, e o casamento com o engenheiro José Vitor Flach.
Se seus dias começam entre bocejos — já que o sono do filho ainda é cheio de “despertares noturnos” —, a escuta sensível e atenta acompanha Cíntia desde cedo. É no momento em que ouve uma criança pronunciar a primeira palavra que ela se emociona e recorda porque escolheu essa profissão. — Às vezes, escuto antes mesmo das mães, e isso me toca profundamente — conta.

Fora do consultório, seus momentos de respiro preferidos incluem viagens em família e jantares com amigos. Mas foi ao se tornar mãe que tudo realmente mudou. — Achei que sabia o que era amor, mas não existe nada maior do que o que sinto pelo meu filho — diz. A maternidade ressignificou suas prioridades, seu olhar sobre o tempo e, especialmente, sua maneira de atender os filhos de outras mães.
Dos desafios, ela fala com sinceridade e sem romantizar. As noites mal dormidas, o desejo de dar conta de tudo, a cobrança silenciosa que paira sobre tantas mulheres. — Ter um filho te ensina diariamente sobre coisas que você nunca sequer imaginou que precisava aprender. E é também dessa vivência que brota uma energia revigorante.
Cíntia ou a entender as mães da clínica com outros olhos. Mais do que instruí-las, ou a acolhê-las. Criou a “Sala da Esperança” e, mais recentemente, o “Momento de Respiro”, como forma de oferecer um espaço seguro, livre de julgamentos. — Elas chegam, muitas vezes, quebradas por dentro, mas ainda sorrindo para que o filho não perceba. Eu só quero que saibam: não estão sozinhas — afirma.
A atuação de Cíntia ganhou ainda mais propósito: além do acompanhamento técnico, ela hoje oferece escuta psicológica gratuita e se tornou uma voz de apoio para aquelas que enfrentam o desenvolvimento atípico dos filhos. — Você é a maior ponte entre o seu filho e o mundo — ela costuma dizer, um lembrete de que o amor materno é a força que transforma.
Se fosse para descrever a maternidade com uma imagem, Cíntia escolheria o oceano profundo e invisível. — Por fora, pode parecer calmo. Mas, por dentro, é movimento em permanente ebulição: ondas de amor, de medo, de coragem. Onde você aprende a nadar enquanto segura alguém no colo.
E o melhor conselho que recebeu de sua mãe? — Aproveite cada minuto. Eles lembrarão de como você os fez sentir, e não pelo que receberam de presente.

Cíntia nas entrelinhas:
- Não vivo sem: uma boa conversa.
- Ser mãe é: amar de um jeito que não cabe em palavras.
- Meu maior aprendizado com as crianças: cada pequena conquista é um universo inteiro.
- Um sonho: prosseguir sendo um porto seguro para meu filho e para todas as famílias que cruzarem meu caminho.