
Em tempos de incerteza econômica, a primeira reação de muitos investidores é de insegurança: será que é hora de mudar tudo? É melhor recuar ou esperar? A verdade é que os momentos de crise — como a alta da inflação, a instabilidade política ou as oscilações nos juros — testam não apenas os mercados, mas o emocional de quem investe. Estudos mostram, inclusive, que a incerteza afeta diretamente o sistema nervoso das pessoas, influenciando suas decisões.
Por isso, mais do que tentar prever o futuro, o segredo para lidar com esses momentos está em construir uma estratégia sólida e adaptada ao seu perfil. Para entender como proteger seus ativos, o economista-chefe da Warren, Felipe Salto, explica como a diversificação de ativos, o planejamento e a escolha dos investimentos pode fazer diferença em tempos turbulentos.
Entre os erros mais comuns cometidos por investidores, um dos principais é agir por impulso, algo que, segundo Salto, pode trazer riscos desnecessários. Ele relembra que eventos globais inesperados, como políticas protecionistas implementadas em países como os Estados Unidos, podem gerar instabilidade generalizada nos mercados e impactar diretamente os investimentos.
— Em contextos como este, o ideal é sempre agir com cautela e avaliação das possibilidades de investimentos junto a assessores especializados, tarefa exercida por nós, na Warren, a partir de uma equipe sólida e treinada para isso — explica.
Cuidados diferentes para cada perfil de investidor
Investidores iniciantes, como ele indica, podem acabar caindo na armadilha de movimentar a carteira com base em emoções, e não em estratégia. Enquanto os mais experientes, que aram por outras crises, tendem a manter a calma e focar em fundamentos.
— O segredo para investir com mais confiança está em ter clareza sobre seus objetivos, buscar uma assessoria adequada e avaliar sempre o risco e o retorno. Além de seguir a máxima da diversificação, sempre que possível — revela.
Defina sua meta de investimento
O economista-chefe reforça o quanto investidores iniciantes podem ter metas distintas e como é importante ter isso em mente para guiar toda a estratégia de negócio. Segundo ele, essas diferenças impactam diretamente a escolha dos ativos, o grau de exposição ao risco e o nível de liquidez necessário.
— A definição de prazos, objetivos e tolerância à volatilidade deve ser feita logo no início da jornada para evitar decisões precipitadas e frustrações no caminho — aponta.
Faça uma reserva de emergência
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva revela que 73% dos brasileiros não têm uma reserva de emergência. Quando questionado sobre a importância de economizar dinheiro para imprevistos, o economista-chefe alerta sobre o quanto fazer uma reserva é necessária, uma vez que as pessoas podem acabar recorrendo ao crédito para emergências financeiras.
— Mesmo quem tem uma renda alta e maior clareza sobre seus compromissos mensais pode se surpreender com imprevistos. E se o dinheiro estiver investido em ativos que não permitem o resgate rápido, o custo pode ser alto — reforça.
Na Warren, uma das práticas mais comuns é estruturar as carteiras com uma reserva de liquidez, ou seja, um valor reservado especificamente para emergências. Esses recursos ficam aplicados em ativos de baixo risco e com fácil o, rendendo mais do que a poupança, mas ainda assim disponíveis a qualquer momento. Essa estratégia vale tanto para perfis iniciantes, quanto para os mais experientes.
— O ideal é que os recursos da reserva de emergência sirvam justamente para garantir que o dinheiro não ficará parado, ao contrário, estará rendendo, mas poderá ser ado de imediato, caso necessário — indica.
Diversifique ativos como estratégia para proteção
Para quem procura maior segurança nas aplicações, uma das estratégias mais recomendadas para atravessar momentos de instabilidade econômica é a diversificação. Por mais que não exista uma única fórmula de sucesso, espalhar os recursos entre diferentes ativos é uma opção para equilibrar riscos e aumentar as chances de retorno, conforme indica o economista-chefe da Warren. Isso significa não concentrar todo o patrimônio em um único tipo de ativo, como ações ou imóveis, por exemplo.
No Brasil, a diversificação tem ganhado espaço entre os investidores. Segundo a B3, o número de pessoas físicas com investimentos em produtos como Tesouro Direto, fundos de investimento e ações chegou a mais de 6 milhões em 2024, refletindo uma busca crescente por alternativas que combinem segurança e rentabilidade
Hedge: o que é e quando ele faz sentido
Outro conceito que vem ganhando cada vez mais destaque para proteger o patrimônio em tempos de incertezas, é o hedge (operação que serve como garantia para neutralizar ou amenizar riscos) e Felipe Salto explica de forma simples do que se trata:
— Vou dar o exemplo de uma empresa exportadora que fatura em dólar: se o câmbio e o câmbio cai de forma inesperada, a receita da empresa em reais também diminui. Para se proteger dessa variação, ela pode usar instrumentos financeiros que neutralizem ou minimizem o risco cambial. O mesmo vale para pessoas físicas — contextualiza.
Segundo dados do Relatório Anual de 2023 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o uso de instrumentos de proteção tem crescido entre investidores brasileiros, especialmente aqueles com portfólios mais robustos e exposição internacional.
Como a Warren atua no mercado
De acordo com Salto, um dos principais diferenciais da Warren Investimentos é o seu modelo de gestão sem conflito de interesses. Esse formato está alinhado a Resolução 179 da CVM que consolida a visão de que a remuneração baseada em comissão pode gerar conflitos indesejados.
— A Warren foi pioneira no Brasil no modelo fee-based, que evita o chamado sistema comissionado. Aqui uma taxa fixa e transparente é cobrada, baseada no volume investido. Ou seja, o cliente sabe exatamente quanto está pagando, e o lucro da empresa depende diretamente da boa performance dos investimentos — finaliza.