Caso a pessoa escolhe a parada gradual, é importante que não gaste mais de duas semanas neste processo.
— Se, depois de ter seguido essas orientações, não tiver conseguido parar de fumar sozinho, não desanime. Você também pode buscar locais que oferecem tratamento — acrescenta o Inca.
O uso de medicamentos tem um papel bem definido no processo de cessação do tabagismo, que é o de minimizar os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina, facilitando a abordagem intensiva do tabagista.
— Medicamentos não devem ser utilizados isoladamente, e sim em associação com uma abordagem correta. É fundamental que o tabagista se sinta mais confiante para exercitar e por em prática as orientações recebidas durante as sessões da abordagem intensiva.
Medicamentos oferecidos no SUS
Todo medicamento deve ser usado a partir da supervisão médica.
José Elabras Filho, membro do Departamento Científico de Asma da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), lembra que é importante evitar fatores que precipitam a vontade de fumar.
— Muitas pessoas associam o hábito de tomar um cafezinho com a necessidade de fumar depois. Então, reduza o cafezinho. Se o paciente sofre de ansiedade ou de depressão, as doenças devem ser tratadas para que a pessoa não tenha recidivas após parar de fumar — afirma ele.
A nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco é considerada droga por possuir propriedades psicoativas, ou seja, ao ser inalada produz alteração no sistema nervoso central, trazendo modificação no estado emocional e comportamental do usuário que pode induzir ao abuso e dependência, conforme informações do Inca.
Considerada uma doença crônica, a dependência aumenta as chances de doenças, principalmente de câncer pulmonar.
— O quadro de dependência resulta em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo para consumir a droga, estabelecendo-se assim um padrão de auto-istração caracterizado pela necessidade tanto física quanto psicológica da substância, apesar do conhecimento de seus efeitos prejudiciais à saúde.
Considerada uma droga bastante danosa, a nicotina atua no sistema nervoso central como a cocaína, heroína e álcool, sendo portanto normal que, ao parar de fumar, os primeiros dias sem cigarros sejam os mais difíceis.
Quando o fumante para de fumar, pode apresentar alguns sintomas desagradáveis:
Quando acontecem, os sintomas acima tendem a desaparecer em uma a duas semanas, podendo em alguns casos chegar a quatro semanas.
Chamado de "fissura", a grande vontade de fumar é o sintoma mais intenso e difícil de lidar.
— É importante saber que a fissura geralmente não dura mais que 5 minutos, e tende a ficar mais tempo que os outros sintomas. Porém, ela vai reduzindo gradativamente a sua intensidade e aumentando o intervalo entre um episódio e outro — aconselha o Inca.
A preocupação com o aumento de peso é uma das maiores barreiras para que alguns fumantes tomem a decisão de parar de fumar ou tenham recaídas após terem parado de fumar.
— É importante entender que geralmente o ganho de peso após a cessação do tabagismo é temporário, sendo que na maioria dos casos, ocorre nos primeiros meses pós-cessação — afirma o órgão.
Segundo o Inca, parar de fumar sempre vale a pena em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo cigarro, tais como câncer, enfisema ou derrame.