Mas como fazer?

Hoje em dia, já existem diversas "ferramentas" que podem ser usadas para fazer a lavagem nasal, que podem ser facilmente adquiridas em farmácias. A mais comum delas é a seringa com soro fisiológico, mas há jatos contínuos, spray de soro e garrafa de alto volume.

— Procuramos junto aos pacientes e familiares identificar o tipo de dispositivo com que eles mais se adaptam. O jato contínuo faz menos volume do que a garrafa de alto volume ou seringa. Quando tem uma secreção mais espessa acaba se dando preferencia aos dispositivos de alto volume — explica a especialista.

A recomendação é que a criança esteja sentada e com a cabeça levemente inclinada para frente. Em crianças maiores, que têm compreensão do que está sendo feito, os pais podem pedir para que fiquem com a boca aberta, mas não é necessário. O soro, por sua vez, deve estar em temperatura ambiente ou levemente morno.

A quantidade de soro depende do tamanho da criança. Embora não haja uma medida exata estabelecida, a médica recomenda iniciar o processo com 1 a 2 ml. No caso do jato contínuo, que libera o soro enquanto é pressionado, recomenda-se apertar por três segundos.   

— Uma dica para as mães é sempre começar com pequenos volumes e pouca pressão. Aos poucos, vai aumentando conforme a necessidade da criança. Se o objetivo é umidificar, use pouco volume e pouco jato. Se o objetivo for remover a secreção, use quantas vezes for necessário — destaca a otorrinolaringologista.

Ao se injetar o soro, ele pode sair pela mesma narina ou pela do outro lado. A criança também pode engolir e a secreção será digerida. A especialista recomenda que o procedimento seja feito antes das refeições ou antes da mamada, porque o nariz fica desobstruído antes da alimentação e algumas crianças podem ter náusea.  

Ao finalizar o processo, em crianças pequenas, menores de um ano, que estão com secreção, recomenda-se usar um sugador. Em crianças maiores, os pais podem pedir para que ela assoe o nariz, sem necessidade de sugar.  

Lavagem nasal causa otite?

 Alguns pais podem ficar receosos para fazer a lavagem pelo risco de causar otite nas crianças. Mas quando feita de forma adequada, o soro com a secreção sairá pela própria narina ou será deglutido e eliminado pelas fezes, não se acumulando no ouvido.  

— É importante ter o cuidado de não colocar pressão excessiva na lavagem nasal, evitando que o soro penetre na tuba auditiva e chegue internamente até o ouvido. Lembrar que o volume é mais importante do que a pressão. Os estudos de longo prazo não identificam aumento de otites com lavagem nasal. Pelo contrário, com o melhor controle dos problemas nasais, reduzimos as infecções respiratórias.  

*Produção: Isabel Gomes

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