
De janeiro a maio deste ano, 277 casais disseram "sim" no Cartório de Registro Civil em o Fundo, no norte do Estado. Em 2024, os primeiros cinco meses contabilizaram 289 matrimônios. Os dados são do portal da transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil.
De 2021 a 2023 a cidade registrou queda no número de casamentos, mas no último ano o cenário mudou: com aumento de cerca de 3,7%, o Fundo ou de 660 matrimônios anuais para 685 em 2024.
O mês das noivas registrou 26 s até sexta-feira (21). No ano ado, maio teve 61 casamentos. A média do valor do registro no civil é de R$ 240.
O salto de casais interessados em realizar os trâmites matrimoniais nos últimos anos também foi visto no segmento de celebrantes. Na profissão há oito anos, Rodrigo Vilanova já realizou mais 300 celebrações. Em 2023 e 2024 a média de casamentos se manteve em 52, praticamente um por final de semana.
— Cheguei a fazer quatro em um mesmo dia. Como eu não estava dando conta da demanda precisei contratar outra celebrante para trabalhar comigo. Nos últimos tempos vem crescendo cada vez mais essa procura porque as pessoas querem que sua história seja enaltecida — conta.
De janeiro a maio, Rodrigo atendeu 22 casamentos. O número chama atenção quando comparado às celebrações realizadas na igreja. Apesar de existir procura, o interesse é baixo. Isso porque algumas paróquias da cidade registraram apenas um casamento durante este ano. É o caso das paróquias Santo Antônio e São Vicente de Paulo. Na Catedral Nossa Senhora Aparecida, foram seis.
O valor também pode variar: enquanto algumas paróquias solicitam apenas a regularização do dízimo, outras cobram R$ 300 e até R$ 1,5 mil para fazer o casamento com o padre.
"É mais do que trabalho, é amor"

Assim como em casamentos realizados na igreja, a lei federal nº 6.015 de 31 de dezembro de 1973 assegura que cerimonialistas também realizem casamentos religiosos com efeito civil.
A primeira experiência de Rodrigo foi em 2015 quando uma amiga pediu para que ele realizasse a celebração do casamento porque ele "falava bem". Na época, Vilanova trabalhava como ator. Com o tempo ele decidiu se especializar na área e concluiu um curso de celebrante para embarcar de vez no setor.
— É mais do que trabalho. É amor, é paixão. Eu nem considero como um trabalho. É uma coisa leve, que você vai contar a história de alguém. Esse rito do casamento tem muito a ver com o ser humano. São duas pessoas vivas que estão contando a sua história, que trocaram olhares, que se esbarraram sem querer, que se cruzaram por um aplicativo ou que alguém apresentou — disse.

Rodrigo também faz parte do time de pessoas que decidiram se casar ao encontrar a pessoa certa. Em março, o celebrante pediu o namorado Jeferson Zaparoli em casamento durante o Carnaval do Rio de Janeiro. A ideia inicial é que o casamento aconteça na praia.
— Apareceu esse abençoado que me fez eu me apaixonar. Eu achava que não tinha mais esse poder de me apaixonar por alguém, de querer compartilhar uma vida junto. E eu quero casar porque eu tenho muita vontade de me dar esse presente. Eu já vivi tanto isso através de outras pessoas e agora é a minha vez — conta.
Cerimônia personalizada

A Natalia Webber e o marido Josué Almeida da Costa decidiram casar após sete anos juntos. A celebração aconteceu em janeiro deste ano em Mato Castelhano, após Josué pedir Natalia em casamento em março de 2023 em um show do Coldplay, banda preferida da empresária.
Os dois se conheceram em 2018 e começaram a namorar no mesmo ano. Seis meses depois, decidiram morar juntos.
— Eu sempre fui muito independente e sempre dizia que não iria casar, que não iria me apaixonar. Até conhecer o meu marido. Inicialmente não tínhamos a ideia de casar, mas conforme o tempo foi ando começamos a falar mais sobre o assunto e me despertou uma vontade de ter esse momento. Eu brinquei com ele que o bem só é da gente quando a gente a para o nome (risos) — conta Natalia.
A cerimônia contou com a família e pessoas próximas. Os padrinhos foram os amigos de infância do casal:
— Todas as pessoas que estavam lá conheciam a nossa história. Para nós o sentimento foi de ter alcançado aquela benção, de ter as pessoas que a gente ama junto com a gente para comemorar o nosso crescimento, a nossa vontade de estar um com o outro.