Uma operação do Ministério Público, através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) faz buscas nesta quarta-feira (21) em endereços ligados ao advogado Maurício Dal Agnol em o Fundo e em Barra Funda, no norte gaúcho.
Segundo o MP, a investigação apura a prática de lavagem de dinheiro de organização criminosa — com valores que ultraam R$ 40 milhões — após apropriação indébita de créditos relacionados a ação judiciais.
Desde 6h30min, agentes do Ministério Público, com o auxílio da Brigada Militar, realizam buscas e apreensões na casa que fica na Vila Luiza, e também no escritório no bairro Petrópolis.
Na residência foram apreendidos documentos, malotes com dinheiro em espécie e dois veículos, um Honda ZRV e um Honda CRV. Já no escritório, outros quatro veículos foram removidos — um KIA Sportage, um GM Celta, uma GM Captiva e um Renault Megane — além de documentos e dinheiro.
Além de localizar provas, as ordens judiciais também efetivaram o bloqueio de bens dos investigados.
Foi realizado o sequestro judicial de 25 veículos, mais de 50 imóveis e ainda créditos financeiros, além de celulares, documentos, quatro armas e dinheiro. Os valores em dinheiro foram levados a uma agência bancária do Banrisul, onde foram depositados em juízo. Segundo o MP, o montante foi contabilizado em R$ 4,7 milhões.
Dal Agnol cumpre pena em regime semiaberto, com tornozeleira eletrônica pelo crime de posse/porte ilegal de arma de fogo de uso .
A defesa de Dal Agnol ainda não foi localizada.
Operação Carmelina

Em 2014, Dal Agnol foi alvo de uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público, quando chegou a ficar preso por seis meses no Presídio Regional de o Fundo.
Conforme a investigação, Dal Agnol captava clientes e entrava com processos contra empresas de telefonia como a antiga operadora Brasil Telecom para reivindicar valores referentes à propriedade de linhas telefônicas fixas.
As ações eram julgadas procedentes, mas o valor recebido não era reado aos clientes ou era pago em quantia muito menor da que havia sido estipulada na ação.
A operação foi batizada de Carmelina porque este era o nome de uma mulher que teve cerca de R$ 100 mil desviados no golpe. Segundo a PF, ela morreu de câncer, e poderia ter custeado um tratamento se tivesse recebido o valor da maneira adequada.
Atualmente, Dal Agnol está impedido de exercer a profissão de advogado, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Sul. Essa suspensão vigora desde 2015.
Mais de 200 processos

Dal Agnol é alvo de mais de 200 processos judiciais, segundo o g1 rs. Em um deles, o advogado foi condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto por lavagem de dinheiro.
Em outra ação, o acusado foi condenado a pagar R$ 66 milhões por danos morais coletivos em nome dos clientes. A Justiça afirma que o réu deve mais de R$ 230 milhões em ações individuais.
Em 2014, a Polícia Federal descobriu que Dal Agnol era proprietário de 950 imóveis – um deles, em Nova York (EUA), teria custado cerca de R$ 14 milhões. O advogado também tinha adquirido um jato de R$ 20 milhões.
Em 2014, Dal Agnol foi alvo de uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público, chegando a ficar preso por seis meses no Presídio Regional de o Fundo. Dal Agnol está impedido de exercer a profissão de advogado.