
Ao ver que o Dia da Mulher cairia em um fim de semana, gelei. Teria que escrever algo a respeito. Pois cá estou, sob pressão da data e com um certo cansaço do discurso das mulheres maravilhas.
Lembro de Hannah e Suas Irmãs, clássico de Woody Allen. No filme, o ator Michael Cane é Elliot, marido de Hannah, uma mulher sensata, bem-sucedida e espinha dorsal da família, interpretada por Mia Farrow. Pois Elliot se engraça com a cunhada, a mais jovem e insegura das irmãs da esposa, e justifica a canalhice: “Preciso de alguém que me ache necessário”.
O filme é de 40 anos atrás e essa questão já deveria ter sido superada. “Ser necessário” era a missão dos machos criados numa sociedade que tinha bem definidos os papéis do sexo forte e do sexo frágil, só que a roda girou: as mulheres começaram a trabalhar, a ganhar seu dinheiro e hoje não precisam mais de seus parceiros, apenas os amam. Serve apenas amor?
Os homens consentem, apesar do espinho alfinetando o ego: mas se ela dá conta de tudo sozinha, eu sirvo para quê">O oposto da pobreza