Projetada ainda na adolescência, Mallu lembra que o sucesso precoce foi uma experiência radical e intensa.
– Junto à minha personalidade forte, foi uma mistura bombástica. Muito perdi e muito ganhei. Aprendi a perder, também, aprendi que o dia nascerá de novo, a padaria abrirá de novo, a banca de jornal, o trânsito... A vida segue apesar dos meus dramas. Vi, no dia a dia, na rua, um símbolo de paz e segurança – reflete.
Mallu volta a Porto Alegre com a turnê de seu quarto disco, Vem, lançado em junho. Além das composições retratando situações do cotidiano (Linha Verde) e de relacionamento (Navegador), o álbum reflete a ida a Portugal, onde reside, e o nascimento da filha.
– Moro meio a meio, metade em Portugal, metade no Brasil. Compor é retratar a vida e como a sentimos, e é também um mantra, é chamar pelo que queremos. É um disco muito forte, faz sentido pensar que essa coragem é fruto desses dois movimentos que tanta força exigem: a maternidade e estar longe de sua terra natal – analisa Mallu.
A distância de seu país natal aflorou sua identidade brasileira em Vem, que explora ritmos como samba e bossa nova.
_ A composição e gravação do Vem se deu nos dois países. Mas, em comum, estava sempre meu amor pelo Brasil, e a busca dessa brasilidade em mim _ aponta.
No show que traz a POA, Mallu conta que, pela primeira vez, assume apenas os vocais na maioria das canções em vez de tocar um instrumento. Ela promete uma apresentação emotiva e enérgica:
– É para cantar junto, curtir e dançar.
Polêmicas raciais
Em maio, Mallu lançou o clipe de Você Não Presta primeiro single de Vem. O vídeo, que mostra a cantora cercada de dançarinos negros, foi acusado de racismo por usuários e ativistas. As principais acusações davam conta do figurino da cantora no clipe, que não colocaria o corpo da cantora tão em evidência quanto os corpos dos dançarinos negros.
Em seu perfil no Facebook, Mallu pediu desculpas: "Fico triste em saber que o clipe (...) possa ter ofendido alguém. É muito decepcionante para mim que isso tenha acontecido", escreve a artista, antes de pedir desculpas e dizer que seu trabalho não tem ideias "destrutivos ou agressivos".
Em junho, a cantora se envolveu em outra polêmica ao participar do Encontro com Fátima Bernardes por conta de um comentário feito na hora de apresentar a música.
– Essa também é para quem é preconceituoso e diz que branco não pode tocar samba – disse ela durante a introdução de uma música no programa.
Mallu aponta o que ficou para ela nesses episódios:
– Acho que tudo que foi dito pelas pessoas que me criticaram deve ser dito sim. É muito triste para mim que a mensagem que foi ada para quem se ofendeu seja tão oposta ao que acredito e defendo, mas por pior que seja para mim, acho que são assuntos muitos sérios que devem ser debatidos e combatidos sim. No programa da Fátima Bernardes eu estava extremamente nervosa e fiz um comentário que ficou infeliz. Não defendo, de maneira nenhuma, o racismo reverso nem sou racista. Naquela ocasião, por estar ainda sem meus instrumentos, minha performance foi muito ruim. Não haviam me avisado que eu tocaria e me emprestaram violões na hora, um deles nem sequer funcionava. Mas pronto, foi isso. Claro que abala meus planos, pessoal, emocional e profissionalmente, mas tanto eu quanto o público sabem quem sou. Sou, assim como todos, ser humano, errante e sonhador.
MALLU MAGALHÃES
Sábado, às 20h, no Opinião (José do Patrocínio, 834).
Ingressos: R$ 65 (promocional, 1º lote, mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível na entrada) e R$ 120 (inteira, 1º lote). Desconto de 50% para sócios do Clube do e um acompanhante.
Ponto de venda sem taxa: Youcom Bourbon Wallig (em dinheiro).
Pontos com taxa: lojas Youcom (shoppings Praia de Belas, Iguatemi,Bourbon Ipiranga, BarraShoppingSul, Shopping Total e Bourbon Novo Hamburgo), lojas Multisom (Andradas 1.001 e Bourbon São Leopoldo) e site blueticket.com.br.