Fui professora do Centro Universitário Metodista (IPA) durante 14 anos, sempre desenvolvendo pesquisas na área. Em 2012, fui convidada pelo Ibravin para fazer parte do projeto 100% Suco de Uva. Comecei a levar um pouco do que fazia na academia para o setor. Quando começamos, não havia nenhum artigo publicado sobre suco de uva. À medida que fui estudando o suco, os polifenóis, senti falta de conhecer mais sobre vinhos do mundo. Em casa, meu pai sempre dizia para bebermos vinho nacional. Fiz o curso de sommelier e me achei ainda mais. Na sequência, entrei como diretora da ABS. Como fiz meu pós-doutorado nos EUA, pude conviver com o vinho americano e atualmente dou aulas sobre. O vinho virou a minha vida. Tenho consultoria, atuo na ABS e istro uma empresa familiar.
Fale sobre a pesquisa sobre a saudabilidade do suco de uva...
Foram 16 anos de pesquisa. Fizemos uma com animais em que identificamos que os que consumiam dieta rica em gorduras e tomavam água, engordavam mais do que os com a mesma dieta e suco. Fomos estudar e descobrimos o papel dos polifenóis. Então, desenvolvemos uma pesquisa com idosos, em que consumiam suco de uva (integral, 400 ml por dia) por 30 dias. A conclusão foi de que tinham redução de parâmetros como colesterol, triglicerídeos, etc. Mais a parte dos antioxidantes. Depois, um estudo relacionando o consumo com exercício, com o suco potencializando os efeitos provocados pelo exercício. Também fizemos com esportista.
Como classificaria o momento atual do vinho brasileiro?
O que vinho brasileiro precisava era de uma oportunidade. Na pandemia, foi um momento que as pessoas precisaram ficar mais em casa, houve dificuldade de importação, questões que trouxeram a possibilidade de optarem e de se permitirem provar o vinho brasileiro. E veio com uma flexibilização do setor, mais disposto a ousar em um rótulo, a fazer uma maceração carbônica, etc. Essa gama de opções no mercado também facilita. Hoje, o consumidor está mais consciente em relação ao produto nacional.
E o nome Doutora Uva?
Por ter doutorado, me chamavam de doutora. Diziam “ lá vem a doutora vinho, a doutora suco de uva, a doutora uva”. Minha experiência no Ibravin foi uma escola, muitas vezes precisava “traduzir” o significado do estudo. Quando interrompeu as operações, pensei: preciso continuar com esse papel. O (instituto) Dra. Uva veio com o objetivo de poder falar sobre Ciência, uva, derivados, participar do Wine in Moderation (coalizão internacional de cultura sustentável do vinho).
Qual a proposta da plataforma Brasil de Vinhos?
Quando surgiu a ideia, na pandemia, pensamos: o que temos de dados do Brasil? Onde estão essas vinícolas, quais são? Meu pai sempre foi um defensor do vinho nacional, e eu aprendi com ele, foi ele que me ou esse amor. São mais de 20 mil famílias que vivem da uva e do vinho no Brasil. Toda vez que um brasileiro abrir a janela de sua casa e no seu quintal ou próximo da sua casa tiver um vinhedo, ele vai entender o produto como seu. Essa ideia que veio com o Brasil de Vinhos é de poder mostrar a cara do Brasil. Fazer com que as pessoas tenham o rápido à informação. Quando você dificultar a pessoa de encontrar um assunto, ela vai fazer outra coisa. O objetivo é facilitar o o à informação, para que possam visitar e conhecer.