
O árbitro Matheus Candançan está fora das escalas da CBF por tempo indeterminado. A entidade evita usar o termo “afastamento”, mas a decisão interna é clara: ele está indisponível para designações e sem previsão de retorno. Antes de voltar aos gramados, precisará ar por conversas com instrutores, treinamentos e avaliações.
A medida vem na esteira do erro cometido na partida entre Grêmio e CSA, pela Copa do Brasil. A avaliação da Comissão de Arbitragem da CBF é de que Candançan anulou um gol legítimo de Aravena ao marcar uma falta inexistente de Kannemann sobre Igor Bahia. A árbitra de vídeo Daiane Muniz recomendou a revisão no monitor, mas Candançan manteve a decisão de campo.
Em análise publicada aqui em Zero Hora, destaquei que o lance era de contato absolutamente normal, típico do futebol. Uma disputa de espaço entre Kannemann e Silas acaba resultando em um choque com Igor Bahia. Não houve tranco, carga e nem ação faltosa. O tipo de lance que, se começar a ser punido, esvazia o que o futebol tem de essência como esporte de contato.
Contrariado
Nos bastidores, a avaliação da CBF vai além do erro técnico. Há um diagnóstico de que a condução do árbitro foi inadequada no lance derradeiro da partida. Ele não teve tranquilidade diante da pressão imposta pelos jogadores e parecia contrariado em olhar o lance no monitor à beira do gramado. Acabou traído pela própria percepção do campo.
A consequência é a saída temporária do quadro de escalas. A CBF tenta, com isso, preservar o árbitro, mas também é um sinal de que a falha foi grave. Cabe dizer que a avaliação do trabalho da árbitra de vídeo Daiane Muniz no lance foi bem avaliado, pois ela agiu dentro do protocolo.