As investigações começaram em 18 de fevereiro de 2025, quando um homem em situação de rua foi atacado e teve 70% do corpo queimado por um outro adolescente que lançou dois coquetéis molotov contra ele.
Em paralelo, um maior de idade filmava e transmitia o ataque em tempo real para cerca de 220 integrantes do grupo na plataforma Discord. Ele foi preso, e o adolescente apreendido e internado provisoriamente pela polícia.
A Polícia Civil descobriu que o ataque não foi um caso isolado.
“Os es do servidor usado no crime compunham uma verdadeira organização criminosa, altamente especializada em diversos crimes cibernéticos, tendo como principais alvos crianças e adolescentes. A atuação da quadrilha é tão significativa no cenário virtual que atraiu a atenção de agências independentes dos EUA — a HSI e o NCMEC — que emitiram relatórios sobre os fatos, contribuindo com o trabalho dos policiais civis envolvidos no caso”, informou a Polícia Civil do RJ.
A polícia também constatou que o grupo atuava em diversas plataformas digitais, utilizando mecanismos de manipulação psicológica e aliciamento de vítimas em idade escolar, “em um cenário de extremo risco à integridade física e mental de crianças e adolescentes”.
“Como estímulo, eram oferecidas recompensas internas para aqueles que se destacassem nas atividades criminosas”, informou o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Os alvos da investigação serão responsabilizados por diversos crimes, incluindo associação criminosa (art. 288 do Código Penal), indução ou instigação à automutilação (art. 122, §4º do Código Penal) e maus-tratos a animais (art. 32 da Lei 9.605/98). As penas podem ultraar 10 anos de reclusão.