Desaparecimento na terça-feira

Na manhã de terça-feira, Evandro disse que levaria Elaine para o emprego, em uma revenda, em Cachoeirinha. A empresa fica a cerca de dois quilômetros da moradia. Depois, o homem seguiria para curso profissionalizante em Gravataí

O trajeto era feito diariamente pelos dois. Pouco depois das 9h, a empresa onde Elaine trabalhava informou aos familiares que ela não havia comparecido. Desde então, os dois aram a ser procurados por familiares e pela polícia. A família chegou a obter imagens de câmeras que registraram o momento em que o veículo de Evandro saiu do pátio da residência em Cachoeirinha.

Imagens de câmeras obtidas pela família mostram o momento em que o Siena saiu da moradia. De acordo com o delegado Leonel Baldasso, a mulher não aparece nessa imagem.

— Ele costumava dar carona para a cunhada. A rotina seria ele sair com o carro da garagem, parar e ela embarcar. Mas isso não foi visto na imagem — diz o delegado.

Com o trabalho de investigações, policiais apuraram que pouco após sair de casa, Evandro esteve em um motel de Cachoeirinha. Cerca de uma hora depois, saiu, aparentemente estava sozinho, e alegou a funcionárias do estabelecimento que a mulher que aguardava não havia chegado. No entanto, uma camareira disse aos agentes que o quarto estava desarrumado, com indícios de que havia sido usado "por mais de uma pessoa".

Na manhã de ontem, a polícia recebeu relatos de moradores de Morungava de que o Siena estava abandonado no matagal, no final da Estrada Santa Cruz. Um homem "com as roupas sujas", teria sido visto circulando pela região. 

A partir da localização do veículo, os investigadores chegaram ao corpo, que estava seminu e coberto por uma blusa e por capim, utilizado pelo autor do crime na tentativa de ocultá-lo. Com a chegada da perícia, foi encontrada uma bolsa com uma quantia em dinheiro, documentos e alguns pertences de Elaine.

— Solicitamos a quebra do sigilo telefônico dele (Evandro) dos últimos três meses — diz o delegado Baldasso. 

Não usavam nem celular

Solteira e, aparentemente, sem relacionamentos amorosos, Elaine foi descrita para a polícia como uma mulher "recatada".

— Quando um desaparecimento é registrado, costumamos apurar inicialmente se existe um crime a ser investigado ou se foi apenas uma saída voluntária. Elaine tinha uma vida social muito restrita. Tanto que ela não tinha perfis em redes sociais e nem sequer celular ela usava — explica Baldasso.

Funcionária durante cerca de 20 anos da área istrativa de uma revenda de automóveis de Cachoeirinha, ela nunca havia faltado ao trabalho e costumam ser pontual. Tanto que, na terça-feira, quando seu atraso alcançou uma hora, colegas entraram em contato com sua família, indagando se havia acontecido alguma coisa que alterasse sua rotina.

Casado, há 20 anos, o instrutor de danças estaria vivendo um momento de crise no relacionamento.   



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