Contraceptivo oral que geralmente combina estrogênio e progesterona. Inibe a produção do hormônio responsável pela maturação do óvulo.
Dose indicada: deve-se ingerir um comprimido por dia ao longo de 21 dias e fazer uma pausa por sete dias. Há também versões de uso continuado.
Eficácia: em torno de 99%.
Menstruação: sim, mas versões em que ocorre a pausa de sete dias.
Indicações: mulheres jovens, que tenham problemas com tensão pré-menstrual. É preciso ter disciplina para não esquecer os comprimidos.
Contraindicações: mulheres que tenham alterações na coagulação sanguínea, fumantes, obesas, com mais de 35 anos ou com problemas no fígado.
Volta da fertilidade: o ideal é esperar três meses após a suspensão para tentar engravidar.
E se eu esquecer? Mudar o horário da pílula dentro de um período de 12 horas não influencia sua eficácia. Mas esquecer um comprimido apenas já é arriscado.
– Mais de 50% das mulheres esquecem um comprimido da cartela. Quem tem esse perfil deve procurar o médico e pedir para trocar o método – sugere o ginecologista José Bento.
Injeção mensal
Produzida à base de progesterona e estrogênio, contém a dose indicada para um mês de contracepção. É uma opção barata e pode ser encontrada nos postos de saúde.
Dose indicada: uma injeção a cada mês.
Eficácia: entre 97% e 98%.
Menstruação: sim.
Indicações: mulheres que não se adaptam à regularidade da pílula.
Contraindicações: as mesmas da pílula, somadas às mulheres que tenham irregularidade menstrual.
Volta da fertilidade: mesma da pílula.
E a injeção trimestral? O método caiu em desuso, pois altera a libido e provoca aumento de peso e sangramento irregular.
Anel vaginal
É um anel que contém progesterona e estrogênio e que deve ser inserido na vagina. Ele libera diariamente os hormônios.
Dose indicada: o anel deve ser usado por três semanas e retirado por uma semana, quando ocorre a menstruação. Também é possível fazer o uso contínuo.
Eficácia: em torno de 99%.
Menstruação: sim, para aqueles usados durante três semanas.
Indicações: mulheres que não se adaptam ao uso de pílulas.
Contraindicações: mesmas da pílula.
Volta da fertilidade: mesma orientação da pílula.
Mas não incomoda? O ginecologista José Bento afirma que o anel não gera incômodo e não é sentido nem pela mulher nem pelo parceiro. Ele lembra que para fazer uso desse método é preciso conhecer e manipular a região genital.
– Nos Estados Unidos e na Europa, 80% das mulheres usam absorventes internos. Então, elas conhecem e manipulam mais o corpo. No Brasil, apenas 20% usam esse tipo de absorvente – afirma Bento.
Adesivo
É um combinado de progesterona e estrogênio colado à pele.
Dose indicada: cola-se um adesivo na pele semanalmente, durante três semanas. Depois, fica-se uma semana sem o medicamento.
Eficácia: 97%.
Menstruação: sim.
Indicações: além de problemas com a disciplina ao tomar pílula, há mulheres que têm intolerância gástrica a ela. Para essas, o adesivo é uma boa opção.
Contraindicações: iguais às da pílula.
Volta da fertilidade: mesma da pílula.
Sistema intrauterino (SIU)
É um dispositivo intrauterino que libera o hormônio progesterona. Ele age no útero, atrofiando o endométrio e fazendo com que o ambiente não seja favorável aos espermatozoides.
Dose indicada: o dispositivo é inserido no útero pelo médico. Dura de três a cinco anos.
Eficácia: 99,5%
Menstruação: 80% das mulheres deixam de menstruar.
Indicações: pode ser usado por obesas, fumantes e com mais de 35 anos. É indicado para quem sofre com endometriose.
Contraindicações: não tem.
Volta da fertilidade: a mulher pode engravidar no mês seguinte após a retirada.
Implante
Um pequeno bastão à base de progesterona que é inserido sob a pele do antebraço.
Dose indicada: tem duração de três anos.
Eficácia: 99,8%
Menstruação: sim.
Indicações: mulheres que esquecem a pílula e aquelas que têm problemas de coagulação.
Contraindicações: mulheres com trombose ou câncer.
Volta da fertilidade: logo após a retirada.
Versão manipulada: também há uma versão feita sob manipulação e que é colocada na nádega. É indicada para quem sofre demais com a menstruação: muita tensão pré-menstrual, sangramento abundante, cólicas e endometriose. Com duração de um ano, só pode ser usada com recomendação médica, pois tem como efeitos colaterais pele mais oleosa, acne e componentes mais andrógenos. Atualmente, é conhecido como “chip da beleza”, pois também deixa a musculatura mais definida.
DIU de cobre
Dispositivo plástico com um filamento de cobre que altera quimicamente o endométrio, dificultando a entrada dos espermatozoides. Pode causar maior sangramento e cólica.
Dose indicada: em consultório, o dispositivo é colocado no útero e dura 10 anos.
Eficácia: 96%.
Menstruação: sim.
Indicações: adolescentes ou mulheres que não se adaptaram aos métodos hormonais.
Contraindicações: não tem.
Volta da fertilidade: volta rapidamente após a retirada.
Preservativo masculino e feminino
Além de prevenir a gravidez, protege contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
Eficácia: 85% a 90%.
Indicações: é indicado para todas as relações sexuais por prevenir as DSTs.
Contraindicações: alérgicos ao látex.
Diafragma
Dispositivo colocado na vagina antes da relação sexual para impedir a entrada dos espermatozoides no útero. Só deve ser retirado pelo menos seis horas após o ato.
Eficácia: 92%.
Indicações: mulheres com mais de 35 anos, com prole estabelecida e parceiro fixo.
Contraindicações: mulheres virgens ou alérgicas ao material do dispositivo e durante a menstruação.
Espermicida
Produto que imobiliza e destrói os espermatozoides. Pode ser líquido, gel, spray, supositório. O espermicida deve ser colocado na vagina antes da relação sexual.
Eficácia: baixa, deve ser associado ao diafragma ou ao preservativo.
Tabelinha
Considerando um ciclo menstrual de 28 a 30 dias, a fertilidade máxima seria entre o 12° e 15° dia, a contar do primeiro dia do começo da menstruação. O método consiste em não ter relações sexuais no período fértil.
Eficácia: baixa.
Coito interrompido
Retirada do pênis da vagina antes da ejaculação.
Eficácia: tem alto índice de falha e não é recomendado.
Esterilização feminina (laqueadura)
Procedimento cirúrgico para ligamento ou corte das tubas uterinas que ligam o ovário ao útero. Requer anestesia geral e tem eficácia de 99%.
Esterilização masculina (vasectomia)
Consiste no corte do canal que leva os espermatozoides do testículo para outras glândulas. É um procedimento seguro, rápido e que não atrapalha o desempenho sexual. Tem 99% de eficácia.
A visão de que a preocupação com a contracepção é um assunto exclusivamente feminino não tem mais espaço. Incluir o homem nesse processo é fundamental para evitar a gravidez não planejada.
– Temos que inclui-los para nos ajudar a ter uma vida mais saudável – pondera Diana Ramos, professora associada da Universidade de Keck, do sul da Califórnia.
O professor titular da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Luis Bahamondes apoia que os parceiros se envolvam mais, mas reitera que a decisão sobre qual método escolher é da mulher:
– É fantástico que o companheiro se envolva, mas não é ele quem estará usando (o método). A mulher deve ter autonomia para decidir o que fazer. Mas não estou dizendo que ele deva ficar de fora.
Para ampliar a participação masculina nos cuidados com a contracepção, o professor defende que os meninos também sejam foco da educação sexual na pré-adolescência.
– Precisamos envolvê-los desde os 12 anos. Eles devem saber que o sexo tem implícita a responsabilidade e o respeito – afirma.