Especialistas evitam falar sobre o tema
Dos 12 hospitais e clínicas consultados por ZH, apenas três aceitaram opinar sobre o coletor. A Sociedade de Ginecologia do Rio Grande do Sul também foi procurada, mas a médica indicada informou que não tinha disponibilidade para a entrevista. Entre os médicos que abordaram o assunto, o clima é uma mistura de incentivo e desconfiança.
- Acredito que a grande história dos coletores seja realmente a questão ambiental. Acho um pouco anti-higiênico. Nesse aspecto, tudo que é descartável é melhor - afirma a ginecologista Carla Vanin, coordenadora do Ambulatório de Climatologia da Santa Casa.
Ginecologista de um dos hospitais da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Josiani Beghini acredita que são necessárias mais pesquisas para certificar a segurança do uso.
- O copinho faz uma certa pressão na vagina para que a menstruação não escorra. Essa compressão acaba por diminuir a irrigação de sangue no local. Será que isso não pode causar um trauma, algum tipo de lesão? São questões que precisamos levantar. Eu gosto da proposta, mas toda mulher precisa conversar sobre isso com seu ginecologista - pondera.
A ginecologista Adriana Arent, do Hospital São Lucas da PUCRS, acredita que os coletores podem ser uma alternativa para incentivar o autoconhecimento feminino:
- As usuárias aumentam a consciência da musculatura pélvica. Elas aprendem a ter contato com seu corpo sem nojo, sem tabus, o que é um pouco difícil para as mulheres que nunca tiveram esse estímulo e que veem a menstruação como um problema - afirma.
Para o ginecologista e professor da UFRGS Paulo Naud, os coletores não am de "fogo de palha":
- Nem nos EUA o pessoal está acreditando que isso terá alguma utilidade na prática. Eu não me sinto confortável de falar sobre o assunto porque não acredito nele. Entendo que isso seja algo mais sensacionalista entre adolescentes.
Confira depoimentos de adeptas do coletor menstrual: