O arroz é outro alimento que, por ser rico em carboidratos, ganhou fama de vilão. Amplamente cultivado e consumido no Brasil, é uma fonte de aminoácidos essenciais e minerais. Algumas dietas, comumente divulgadas na internet, aconselham diminuir ou até mesmo cortar totalmente o consumo de arroz e de outras fontes de carboidrato, como macarrão e pão. São as chamadas dietas low carb. Mas alimentos ricos em carboidratos podem ser importantes para manter a energia e o funcionamento do metabolismo em dia.
— Essas dietas de baixo ou nenhum carboidrato são conhecidas como estratégias de emagrecimento. A pessoa restringe muito o carboidrato e pode até ter perda de peso, mas, com o tempo, se não tiver uma reeducação alimentar, pode ter efeito rebote. A restrição pode resultar em alterações de humor, falta de força e energia — diz Tiffany Prokopp Hautrive, nutricionista e professora adjunta do departamento de Nutrição da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Estar atento aos avisos das embalagens e ler os ingredientes dos alimentos é uma prática importante para quem deseja ter uma alimentação saudável e consciente. Os rótulos fornecem informações detalhadas sobre a composição do produto, incluindo açúcares, gorduras, sódio e outros componentes que podem ser prejudiciais à saúde se consumidos em excesso.
Nenhum alimento deve ser proibido. Sempre podemos encaixar em uma dieta se for algo de que o paciente gosta muito e não abre mão.
VANESSA PARMIGIANI
Nutricionista e influenciadora digital
A nutricionista e professora Carla acha importante prestar atenção na quantidade de aditivos químicos na composição dos produtos alimentícios. Substâncias como acidulantes, xaropes, corantes, saborizantes e aromatizantes devem acender um sinal de alerta no consumidor. Muitos desses ingredientes são sintéticos e podem estar associados a reações alérgicas e intolerâncias alimentares, entre outros efeitos adversos.
— Não podemos julgar o alimento só pelo que o marketing nos conta, precisamos ler os ingredientes. É importante estar atento à presença de xaropes de glicose ou frutose, estabilizantes e açúcar invertido, que é um açúcar com a molécula modificada para ficar mais doce — comenta.
Carla pontua, ainda, que esses aditivos costumam estar presentes em alimentos ultraprocessados. Práticos e prontos para o consumo, esses produtos fazem parte da realidade de muitos brasileiros. Um estudo publicado em fevereiro no The BMJ, periódico científico do Reino Unido, apontou que os salgadinhos, biscoitos, refrigerantes e outros itens dessa categoria estão diretamente associados a 32 efeitos prejudiciais à saúde, incluindo um maior risco de doenças e morte precoce.
— O açúcar é visto como um vilão, mas ele não é. É um ingrediente que pode servir para fazer um pão, para transformar milho em um bolo. O excesso é que faz mal. Mas vemos pessoas com medo extremo do açúcar dando produtos ultraprocessados e cheios de adoçante para crianças. Estão com medo da coisa errada — diz a professora da PUCRS.
Verificar as informações nutricionais, como quantidade de calorias, de açúcar, sódio e gorduras, também pode ajudar a escolher os melhores produtos para objetivos específicos. Pessoas que buscam aumento de massa muscular precisam de quantidades diferentes de proteína do que aqueles que querem emagrecer, por exemplo.
— O primeiro ingrediente da lista é sempre o que tem mais. A lista segue uma ordem decrescente, vai indo do que tem mais para o que tem menos. Então, quando pegamos um produto que o primeiro ingrediente é açúcar, significa que o que mais tem naquele produto é açúcar — explica Vanessa.