Embora possa ocorrer em qualquer idade, em geral, a psoríase tem dois picos de incidência de acordo com a faixa etária. Aparece em pessoas com idades entre 30 e 40 anos e depois entre os 50 e 60. Pode haver casos em que a doença se manifesta em crianças, mas são menos comuns.
Outro grande problema enfrentado por pacientes é o constrangimento no convívio social por conta das lesões, que, por se espalhar pela pele, fica visível a todos. Porém, a doença não é contagiosa e não traz risco nenhum para as pessoas que fazem parte do convívio com os pacientes.
De acordo com o dermatologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre Juliano Peruzzo, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia no Rio Grande do Sul (SBD-RS), não existe uma causa específica para o surgimento da doença.
— Não há causa ambiental ou algo que a gente se exponha que vai levar ao desenvolvimento de psoríase. Se a pessoa não tem predisposição genética, a doença não vai ser desenvolvida — complementa.
Entretanto, podem existir fatores de risco associados ao surgimento da doença em pacientes que já tenham predisposição, como o estresse emocional, o tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas em excesso. Alguns medicamentos também podem aumentar as chances de a psoríase se manifestar, como lítio e betabloqueadores — usados comumente em pacientes com transtorno bipolar e problemas cardiológicos, respectivamente.
Por isso, a prevenção a especialmente pela manutenção de hábitos de vida saudáveis.
O quadro clínico mais clássico da psoríase é o surgimento de placas avermelhadas ou róseas pela pele acompanhadas de descamação. As lesões têm tamanhos variados e margens delimitadas. Apenas 50% dos pacientes sentem coceira junto com as manchas. Fora isso, a doença é assintomática. No caso da artrite psoriásica, os sintomas são dores nas articulações, rigidez no movimento especialmente pela manhã e dor na região lombar.
O diagnóstico da psoríase é basicamente clínico. Com base no relato do paciente no consultório e de um exame físico já é possível determinar se é um quadro da doença. Apenas em casos especiais uma biopsia é necessária. A partir disso, o tratamento da doença vai depender da gravidade da situação.
Nos casos de lesões mais localizadas, é receitado o uso de medicações tópicas, como cremes e pomadas. Já nos quadros em que esta prescrição não é eficaz ou a extensão da psoríase é maior, as opções de tratamento am pela fototerapia, remédios orais e os medicamentos imunobiológicos que são prescritos a depender das especificidades de cada paciente.
— A psoríase não tem cura, mas a gente tem um controle muito bom com esse arsenal terapêutico. Atualmente, nós conseguimos melhorar muito o paciente fazendo com que ele fique sem lesão, ou praticamente sem, com uma dessas alternativas de tratamento — explica Peruzzo.
Na maioria dos casos, o paciente precisa manter o tratamento crônico para que a psoríase se mantenha controlada. Por ser uma patologia sistêmica e não só cutânea, pessoas diagnosticadas com a doença têm um risco maior de desenvolver outras condições, como acidente vascular cerebral e infarto, obesidade e pressão alta.
— Nós precisamos sempre lembrar que, embora seja uma doença com predomínio de manifestações cutâneas e com poucos sintomas, tem outras coisas que podem vir junto com ela. Por isso a importância de a gente tratar como uma doença global — destaca o dermatologista.