As orientações são muito simples e seguem aquilo que podemos colher do Ministério da Saúde: evitar contato físico, aperto de mão, abraço e contato com a saliva. Durante as celebrações, é evitar o aperto de mão e os abraços, rezar o Pai-nosso de mãos dadas e, na recepção da eucaristia, receber na mão em vez de na boca. É uma questão de corresponsabilidade pela saúde de quem está conosco na celebração. É algo muito simples. Estamos diante de uma doença nova. 

Essas recomendações são apenas pra missas ou para outras celebrações, como casamentos, missas de sétimo dia, catequese e crisma?
Tudo que pudermos evitar contato, seja dentro ou fora da celebração.  

Por que a Arquidiocese resolveu ar essas orientações?
Publicamos na sexta-feira, repercutindo um pouco o que várias dioceses do Brasil vieram fazendo e seguindo a orientação da Conferência dos Bispos, com esses três pontos levantados (evitar contato no Pai-nosso, nos abraços e na hora da hóstia). E também cuidar para não compartilhar talheres, copos e cuidar a higienização das mãos, sobretudo depois de espirro e tosse. 

O fiel também deve evitar agora a água-benta na entrada da igreja?
Isto não colocamos na nossa orientação. Provavelmente, a gente precisaria orientar neste sentido, pode ser um habitat para o vírus. 

Medidas assim foram também colocadas em prática durante a epidemia de H1N1?
Foram colocadas. Talvez não tenha tido tanta repercussão, mas orientamos, sim, para cooperar para que a contaminação não se propagasse. 

Como foi a missa deste domingo (1º), com as novas orientações?
Eu celebrei na Catedral. Não tivemos nenhuma repercussão maior. Já no início, dei a orientação, disse por que e não tivemos nenhuma reação negativa. Muito pelo contrário. 

E como foi em outras igrejas?
Distribuímos orientações para todas as paróquias e padres. Alguns até haviam pedido orientação. Não chegou nenhuma repercussão que contradiga. O pessoal agradece porque quer saber como reagir. 

Fiéis estão procurando padres para receber orientações?
Eu não saberia responder de forma objetiva. Se os padres vieram a nós pedindo orientação, é porque foram indagados nas comunidades. 

Por acaso diminuiu a movimentação nas missas depois que o coronavírus chegou ao Brasil?
Não. Iniciamos a quaresma, na Quarta-feira de Cinzas, e chegou a informação de que a participação foi expressiva. 

Quando houve o auge da epidemia de HN1N1 teve diminuição de movimento nas missas?
Eu era padre em Curitiba, não posso te dizer, não estava em Porto Alegre. 

Vocês estão preocupados que o coronavírus diminua a movimentação nas missas?
Eu não diria diminuição ou não diminuição. No período da quaresma, estamos promovendo a Campanha da Fraternidade, cujo tema é Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso. Neste momento em que vivemos, com esse vírus no ar, é uma forma de reconhecer que a vida de cada pessoa humana é um dom e que eu também sou responsável pela vida e pela saúde do outro. A Igreja tem um papel importante na sociedade em termos de conscientizar, ao mesmo tempo em que há a possibilidade de a pessoa de fé manifestar solidariedade e compromisso pela vida do outro. 

Alguma recomendação para fiéis que frequentam a igreja?
Que cuidemos de nós mesmos e uns dos outros. Que não sejamos prejudicados ou atingidos por esse vírus. O espaço da igreja é espaço de prece, meditação e orientação. Nos momentos de desafio e dificuldade, a prece e a dimensão religiosa são espaço de conforto e de apoio. Não é momento de ter medo, o contexto não é de criar pânico. É de cuidado pelo outro. 


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