- É preciso deixar sangrar. Vamos deixar vir a emoção. Existe uma emoção em viver, em estar vivo. Sou apaixonada pela vida. A poesia traduz o meu espanto - disse Elisa.

Nesta sexta (14/11), a partir das 20h, ela participa da atividade O Autor no Palco, no
Teatro Sancho Pança.

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Você já tem uma longa história com a Feira do Livro de Porto Alegre.
Já vim a mais de 10. Acho que é a melhor feira do país. Ninguém paga para ver, acontece em um lugar aonde todo mundo pode ir. Não é segregadora, como é a do Rio de Janeiro, no Riocentro - lá, quem não tem carro não vai. Tem um papel fundamental no desenvolvimento intelectual do Rio Grande do Sul. Há reverberações, o saber tem que circular. Isso fortalece muito a cultura e a identidade de vocês.

Como compõe em cada área? Você escreve prosa e poesia, canta, atua.
Sou concomitante, como acho que a natureza é. Não para de ventar para uma onda bater. É tudo junto. Acho que a divisão é mais vista de fora do que de dentro. Isso que eu fiz ali (declamar e cantar para o público da Praça da Alfândega) é o que eu faço lá em casa. Canto no banheiro, falo poesia na minha casa, com microfone. Estou sempre fazendo essas coisas, é o meu desejo. O meu trabalho é o meu desejo, escorre na mesma via do afeto. Vou com sede para uma roda de poesia. Tenho tesão.

O que afasta o público da poesia?
O jeito como a poesia é divulgada. A poesia é aprisionada em um modo antiquado de divulgação. A poesia tem uma necessidade intrínseca de ser comunicada pela forma mais coloquial possível. A pessoa tem que ver a palavra viva, ela quer ver algo que a toque em um recital. Não pode ser aquela coisa chata da declamação, como uma reza. Não faz sentido a poesia ser o patinho feio das editoras.

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