O parlamentar foi preso em flagrante no aeroporto Salgado Filho, em 22 de abril, por ter uma garrucha .32 modelo dois canos dentro da bagagem de mão. Ele ia embarcar para Brasília como um dos representantes da Câmara Municipal na XXIV Marcha dos Gestores e Legislativos Municipais.

A arma, que estava sem munição e com registro vencido, foi encontrada durante inspeção da bagagem no raio-x do embarque doméstico. Policiais federais foram acionados por agentes de proteção da aviação civil. O parlamentar foi levado para a Delegacia de Polícia para o Turista (DPTUR), que fica dentro do aeroporto.

Barboza optou por se manter em silêncio. O auto de prisão em flagrante foi formalizado e a fiança foi estipulada em R$ 1,5 mil. O parlamentar pagou o valor e foi liberado. Como tinha perdido o voo, a Câmara comprou nova agem e ele embarcou ainda no mesmo dia.

Por ter viajado, Barboza não compareceu à audiência de custódia no dia seguinte ao fato. A prisão em flagrante foi homologada pela Justiça. No termo de audiência consta como deliberação do juiz:

"A situação é de flagrância e foram observados os requisitos constitucionais e legais relacionados ao ato de prisão. A liberdade provisória foi mantida devido ao potencial lesivo ordinário da conduta, considerando-se a fiança aplicada suficiente para o caso".

Também foi determinado que a presidência da Câmara de Vereadores de Porto Alegre fosse oficiada sobre o ocorrido. A delegada Roberta Bertoldo da Silva concluiu o caso indiciando Barboza por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. 

O vereador e sua defesa sustentam que ele foi surpreendido com o encontro da arma. A garrucha seria uma herança de família, que estaria guardada em uma mochila desde o falecimento da mãe de Barboza, em 2019. Ele teria pegado a mochila para usar na viagem sem saber que a arma estava na bolsa. 

Contraponto

O que diz Leandro Cezimbra, advogado de Moisés Barboza:

O vereador Moisés Barboza vem a público manifestar seu pesar em virtude da divulgação de um inquérito que se encontrava em segredo de justiça e que envolve o nome do parlamentar, por acreditar que tudo não a de um grande equívoco, uma total falta de sorte que pode acontecer com qualquer pessoa. Referido procedimento judicial foi instaurado por um descuido do vereador que usou uma antiga mochila sem saber que dentro dela estava um artefato histórico, uma pequena garrucha, recebida por seu avô das mãos do então governador Leonel Brizola quando da Campanha da Legalidade e que foi encontrado dentro de sua bagagem de mão no Aeroporto Salgado Filho, ao ar na esteira de raio X.

O artefato, sem potencial ofensivo ou lesivo algum, jamais foi utilizado, não possui nem mesmo munição à disposição desde o fim da década de 60, se constitui um objeto histórico, uma relíquia de família que se encontrava em um bolso interno de uma antiga mochila, sem seu conhecimento e sem uso por diversos anos. 

Reprodução / Reprodução
Defesa afirma que arma se constitui um objeto histórico, uma relíquia de família.

Recebe o vereador com surpresa, através da imprensa a informação de que havia sido indiciado por estar com a relíquia antes mencionada e lamenta que a autoridade policial tenha avançado no indiciamento antes de cumprir com diligências que entendia fundamentais. Ressalta que o sigilo não era para outro fim, senão o de não ser condenado antes mesmo do exercício de defesa, como pode ocorrer nestes casos.

Por fim, o parlamentar que jamais teve qualquer mácula em relação à sua atuação cidadã e representativa, acredita na justiça e se sente vítima  de um grande infortúnio.

O que disse a Câmara de Vereadores

A vereadora Comandante Nádia, presidente da Câmara, disse que o episódio é de foro particular do vereador. Além disso, informou que a segunda agem comprada foi paga com verba do gabinete de Barboza. 

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