— As regiões mais aglomeradas, mais densas, já foram alcançadas. Agora, a gente tem que refinar isso para chegar aos locais mais distantes — disse Góes. 

— Mas a expectativa é que nas próximas duas semanas, a gente alcance a meta que foi estabelecida onde 1 milhão de pessoas, em torno de 240 mil famílias, serão beneficiadas com Auxílio Reconstrução — finalizou.

Discurso de Lula

Após o anúncio, Lula ressaltou que além de medidas a curto prazo, soluções para que tragédias deste tipo não se repitam também precisam ser pensadas.  

— A lição que a gente tira disso é que a gente vai ter que fazer as coisas com mais responsabilidade e com mais cuidado. Nós não temos o direito de fazer a casa das pessoas aonde a água vai chegar. E qualquer cidadão humano, de inteligência média sabe que a várzea é o local de escoamento do excesso de água de um rio — disse Lula.

O presidente afirmou que o governo federal irá discutir projeto para levar o excesso das águas dos rios do Rio Grande do Sul para o mar sem atingir as cidades da região gaúcha. Lula também citou projeto para fazer casas em locais mais seguros em razão das mudanças climáticas.

— Estamos pensando que vamos discutir o projeto para que a gente leve a água do excesso dos rios diretamente ao mar sem encher nenhuma cidade — afirmou o presidente da República.

Lula reconheceu que a ideia pode levantar críticas sobre a quantidade de recursos necessários e até condenação da ideia por ambientalistas. Contudo, ressaltou que a reconstrução custa mais caro. Depois, o presidente ressaltou a necessidade de que essa tragédia não caia no esquecimento:

— É importante que a gente não permita que a aconteça no Rio Grande do Sul o que já aconteceu tantas vezes nesse país. Há uma desgraça, a televisão divulga, as pessoas choram, ficam comovidas, o tempo vai ando. Daqui a pouco todo mundo esqueceu, aquilo que foi prometido não foi feito e somente quem cai na desgraça é o povo pobre que mora em lugares mais degradantes — afimou o presidente.

Visita ao RS

Esta é a quarta vez que o presidente vem ao Estado com sua comitiva desde que o evento climático começou. Pela manhã, a equipe desembarcou em Cruzeiro do Sul e visitou o bairro o de Estrela, um dos mais afetados pelas cheias. No início da tarde, Lula visitou Arroio do Meio e percorreu espaços destruídos pela chuva no bairro Navegantes.

— Estou aqui cumprindo o que minha mãe dizia, que o que os olhos não veem o coração não sente. Então, apenas falar que teve uma enchente no Rio Grande do Sul é uma coisa, mas a gente ver com os olhos o que aconteceu de verdade me faz voltar para Brasília com mais disposição de fazer com que a burocracia diminua muito porque o povo tem pressa — disse Lula em meio a famílias afetadas pelas enxurradas, antes da entrevista coletiva.

Comitiva federal

Acompanham Lula no RS os ministros José Múcio Monteiro, da Defesa; Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego; Nísia Trindade Lima, da Saúde; Jader Filho, das Cidades, e o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, que chefia o Ministério Extraordinário de Apoio à Reconstrução do RS, também está presente. Já a primeira-dama, Janja da Silva, cumpre agenda em Guaíba.

Nas viagens anteriores ao Estado, o presidente visitou Santa Maria (no dia 2 de maio), Porto Alegre (dia 5) e São Leopoldo (dia 15).


GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais

RBS BRAND STUDIO