Questionada sobre o fato de Bolsonaro não ter apresentado provas das alegadas fraudes, a ministra respondeu:
— Aí a atuação é do presidente, não é minha. A minha é essa que eu registrei [na nota].
Os ministros do STF Luís Roberto Barroso e Marco Aurélio Mello também comentaram as suspeitas lançadas pelo presidente da República.
— Nós nunca tivemos qualquer evidência objetiva de fraude. O sistema é totalmente confiável, respeitado mundialmente. Agora, se alguém trouxer alguma prova, alguma evidência, estou pronto para examinar, a gente tem sempre espaço para aperfeiçoamento. Agora, não pode ser uma coisa retórica, tem que ser uma coisa fundada em elementos objetivamente aferíveis. Não pode ser 'eu acho', é preciso que haja elementos — disse Barroso.
— O que posso dizer é que capitaneei [como presidente do TSE] as primeiras eleições informatizadas, em 1996, nos municípios com mais de 100 mil eleitores e de lá para cá não houve uma única impugnação ao sistema minimamente séria — afirmou o ministro Marco Aurélio.
— Ninguém coloca em dúvida a lisura da Justiça — complementou.
Entre auxiliares de ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF), chamou a atenção o fato de Bolsonaro retomar o discurso de suspeita de fraude nas urnas eletrônicas, muito presente em sua campanha em 2018, às vésperas de um ato de apoio a seu governo, marcado para domingo (15).
Procurado pela reportagem, o vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros, afirmou por meio de sua assessoria que o Ministério Público confia no sistema de votação brasileiro e destacou que nunca houve denúncias fundadas de fraude. Segundo Medeiros, se Bolsonaro apresentar à Procuradoria as provas que disse ter, o órgão abrirá uma investigação para apurá-las.