
Morreu nesta segunda-feira (7), aos 83 anos, Guiomar Chies. Natural de Arroio Canoas, localidade que pertencia a Montenegro, foi um dos protagonistas da história do jornalismo de Caxias do Sul, em especial o esportivo. No Pioneiro, Chies foi o titular da coluna Pelotaço de 1971 a 1989.
Em entrevista ao Pioneiro em 2012, Chies contou histórias sobre a sua trajetória de vida. Relembrou que foi o gosto pela leitura que o levou a produzir jornais ainda nos tempos de estudante. No início de 1962, reeditava o jornal O Espião, do Grêmio Estudantil do Cristóvão de Mendoza. No mesmo ano, assumiu o cargo de diretor do departamento de Imprensa da União Caxiense dos Estudantes Secundaristas (Uces).
Em 1967, Chies ingressou na Companhia Jornalística Caldas Júnior, de onde produzia material para os jornais Correio do Povo, Folha da Tarde e Folha Esportiva, de Porto Alegre. Nos anos 1969 e 1970, atuou no Correio Riograndense, semanário dos Freis Capuchinhos. Em 1971, a convite do diretor Guilherme Brandalise e do redator Mário Gardelin, ingressou no Pioneiro.
Naquela época, era bancário à tarde e conciliava as atividades jornalísticas. Na sequência, em 1972, chegava a coluna Pelotaço, com drops sobre futebol. Primeiramente, anônima, para testar a repercussão entre os leitores. A boa aceitação o levou a o espaço.
Pouco depois, no rodapé da coluna, Chies criou o espaço Levando na Esportiva, onde comentava, de forma mais crítica, vários fatos e depoimentos polêmicos. Outro sucesso daqueles tempos era A foto que não foi publicada, nicho do jornal que destacava detalhes nem sempre percebidos e analisava outros contextos das imagens capturadas pela equipe.

Atuante no Pioneiro até 1989, Chies acompanhou várias fases do jornal, dos primórdios à modernização. Concomitantemente, atuou como redator de notícias e repórter nas rádios Difusora Caxiense, de 1976 a 1987; Caxias, de 1978 a 1981; São Francisco, em 1981 e 1983, e Miriam, de Farroupilha, em 1977.
Como assessor de imprensa, atuou na Central Vitivinícola do Sul (Vinosul), Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC), Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Universidade de Caxias do Sul (UCS). Na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, foi assessor nos anos 1990, 1992, 1993, 1996 e 1999. Também foi diretor-geral da Câmara, atuando na implantação da TV Câmara.
Em 2019, Guiomar Chies foi agraciado pela Associação Riograndense de Imprensa – Seccional Serra Gaúcha (ARI/Serra Gaúcha) com o troféu no segmento Contribuição à Comunicação. Sua trajetória também é contada no livro Comunicadores da Serra Gaúcha, organizado pelas jornalistas Vania Marta Espeiorin e Juliana Bevilaqua, lançado pela ARI na última quarta-feira (2/4). Em 2020, recebeu da Câmara de Vereadores o título de Cidadão Caxiense.
Torcedor do Caxias, Guimar Chies escreveu os livros Os poderes fazem história; Os 50 anos da Paróquia de Santa Catarina; Dignidade e Independência - História da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil; 105 Anos de Voluntariado: História do pio Sodalício Damas de Caridade, entre outros. Também foi presidente da Associação Artística, Cultural e Recreativa Stella Alpina.
Ele deixa a esposa Gema Giani Chies, os filhos Túlio Fernando, Márcio Leandro, Rodrigo Rafael e Marguia Fátima (in memoriam), além de netos. O velório ocorre nesta terça-feira (8) na Capela E do Memorial São José de Caxias do Sul. O sepultamento está previsto para as 16h30min, no cemitério da sociedade do bairro Santa Catarina.
O prefeito Adiló Didomenico decretou luto oficial de três dias no município pelo falecimento de Guiomar Chies.