Pelo terceiro dia, as comportas da Usina Hidrelétrica 14 de julho foram fechadas para ampliar a área de busca por desaparecidos em Bento Gonçalves. Com a diminuição do nível da água, as máquinas e os bombeiros conseguem avançar cerca de 20 metros pra dentro do Rio das Antas. A usina fica no município de Cotiporã e a cerca de cinco quilômetros de onde as buscas aos quatro sumidos estão concentradas.
— Efetivamente, a gente deve avançar o máximo possível da área vasculhando, descartando hipóteses de existirem vestígios de resíduos biológicos e humanos. Há muito sedimentos, como pedras, materiais de casas que foram destruídas — explica João Fornasier, capitão do Corpo de Bombeiros.
Três dos quatro desaparecidos podem estar na região de Imaculada, no interior. Eles são a irmã, a nora e a vizinha do aposentado Nordélio Faccin. Ele tem 82 anos e mora na comunidade desde que nasceu. Hoje, ainda revive o desespero do dia 1° de maio:
— Quando nós estávamos atravessando a barreira, a terra desceu. Entrei de bico na água no rio, tranquei a respiração e desci lá no fundo. Pensei: "se eu vou morrer, onde é que eles vão encontrar?" Depois consegui sair da água.
A quarta vítima desaparecida, segundo os bombeiros, foi vista pela última vez na Comunidade de o Velho, interior de Bento Gonçalves.
Natália Daisy Ribeiro, sargento dos bombeiros militar de Minas Gerais, auxilia nas buscas:
— Estamos aqui com o objetivo de tentar aliviar ao máximo coração das pessoas que ficaram, que perderam seus parentes, seus entes queridos, tentar dar essa resposta e fazer o nosso melhor. A gente tem esperança de encontrar essas pessoas.