
A direção do Juventude recebeu propostas para venda de mando de campo em algumas partidas do Brasileirão 2025. Uma delas seria diante do Flamengo no segundo turno, pela 23ª rodada. O confronto seria disputado no Maranhão. Mas o Alviverde recusou esta possibilidade.
— Nas propostas anteriores, algumas não mencionavam clubes. Ao menos as que chegaram pra mim, duas citavam o Flamengo, as demais não — revelou um dirigente do clube.
Em 2024, o Alviverde transferiu os jogos contra São Paulo e Atlético Mineiro, pelo Brasileirão, para Brasília, no Estádio Mané Garrincha. O clube não divulgou valores, mas o montante ficou na casa de R$ 2 milhões. Só o jogo com o Tricolor paulista rendeu em bilheteria R$ 2,9 milhões.
Os motivos para o "não" do Ju
Segundo o dirigente alviverde, no ano ado, o clube colocou a possibilidade de venda de mandos no próprio orçamento. E com toda a questão da enchente e problemas oriundos da chuva na região, levou-se a ideia adiante. Mas em 2025, a pauta não foi colocada, por não haver necessidade.
— Nosso complemento de orçamento seria através de venda de atletas, o que já se confirmou e ainda podemos incrementar com novas vendas. A Copa do Brasil sempre é um plus mas não colocado em orçamento — revelou o dirigente à reportagem.
E diferentemente do ano ado — quando negociou a venda de dois mandos estando numa situação mais confortável na tabela de classificação — em 2025, após nove rodadas, o Juventude está na zona de rebaixamento, em 18º lugar, com oito pontos.
O Ju apresentou superávit financeiro após dois anos seguidos na elite do futebol brasileiro. E mesmo com a eliminação precoce na Copa do Brasil, na 1ª fase para o Maringá, tem condições de fazer uma temporada estável.
Apesar de oficialmente ninguém no Alfredo Jaconi confirmar, a imagem do clube também foi avaliada. Também pesaram as questões extracampo que, de alguma forma, se fazem presente no ambiente jaconero, casos da situação envolvendo a suspeita que recai no atacante Ênio, na participação ou não do atleta na manipulação de resultados para apostas no Brasileirão; além da possibilidade do clube virar SAF, com uma oferta de R$ 400 milhões da empresa espanhola Five Eleven Capital, que divide a opinião dos conselheiros alviverdes.
Em meio a tudo isso, o Juventude preocupou-se também com a imagem e optou em não ceder ao Flamengo, recusando a venda de mando de campo.