Recuperado de uma lesão abdominal grave, o zagueiro do Caxias Dirceu falou sobre o assunto em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (4). O jogador teve diagnosticada uma ruptura a nível do jejuno (porção do intestino delgado), após uma pancada no jogo contra o Brasil-Pel, ainda pelo Campeonato Gaúcho. No mundo do futebol, a lesão é considerada rara e o seu diagnóstico e tratamento tardios podem prejudicar a recuperação.
Dirceu, que precisou realizar uma cirurgia de urgência para o tratamento da lesão, ficou internado três dias no hospital. Ele ainda precisou de outros 60 dias para realizar atividades restritas e controladas.
— Não pensei em parar de jogar em nenhum momento. A minha mãe, no primeiro contato que tivemos por telefone, ela perguntou, tá, mas e agora o futebol? Eu falei que eu ia voltar mais forte do que eu estou, vou trabalhar e vou voltar ainda mais forte para que não venha a acontecer esses problemas mais. A dúvida não se fez presente em momento nenhum — afirmou o jogador.
Dirceu, que já está à disposição do técnico Argel Fuchs, também comentou como está sendo a sua volta aos treinamentos com a equipe.
— É maravilhoso poder voltar a fazer o que a gente sabe, o que eu sempre fiz, no simples trabalho físico eu já saia agradecendo a sensação de poder estar trabalhando, porque às vezes a gente não se depara com essas situações, trabalhar ali com a morte, de fato, ou até com uma invalidez. Aí você parar e olhar para trás, ver a dimensão do que poderia ser e do que foi, é simplesmente agradecer na fé mesmo, agradecer a Deus e todos os cuidados — disse.
Auxiliar
Com a chegada de Argel à casamata Grená, Dirceu ou atuar como “auxiliar” do treinador. Em suas falas, o técnico Argel Fuchs chegou a mencionar que vislumbrava o zagueiro em um cargo à beira do campo.
— Eu já tinha trabalhado com o Argel há muito tempo, onde eu ainda era um menino e hoje ele chegar aqui, se deparar com essa situação e me ver ali na figura de mais velho, de talvez uma liderança e aí me aproveitar de alguma forma. Eu fiquei surpreso, confesso, quando ele me chamou na sala para ar essa situação, mas é aquele sentimento que todos nós temos, de tentar ajudar, de ajudar da melhor maneira possível — disse o zagueiro, que complementou:
— Eu naquele momento estava sem a possibilidade de ajudar dentro de campo, nem sei se seria o escolhido para tal, mas eu sabia que de alguma forma eu poderia contribuir, e assim eu tive essa oportunidade, para mim foi muito bacana, muito bacana mesmo. Isso que me faz até acender uma chama no futuro, talvez, a gente não sabe o dia de amanhã, hoje ainda tenho a condição de atuar — salientou Dirceu.
Série C
— A Série C é um campeonato muito difícil, competição muito disputada, onde nós nos deparamos já com essa pequena dificuldade, de ter um jogo a menos em casa. Mas para quem quer coisas maiores dentro da competição não é um empecilho. Nós temos muito claro nossos objetivos, são 19 jogos para estarmos entre os oito e sem dúvida alguma é isso, é essa semente que a gente vem semeando e plantando aqui dentro para que a gente venha colher os frutos. Temos um grupo muito consciente daquilo que pode fazer, daquilo que tem capacidade de fazer e do nível da competição — finalizou o zagueiro.
