Pego reforça que essas irregularidades podem se acumular, como por exemplo as coações físicas ou morais que impedem o trabalhador de sair dessa condição e a violação da dignidade da vítima. No caso de Uruguaiana, Pego diz que as pessoas resgatadas estavam em "condições degradantes, com recusa a um patamar mínimo de proteção".
— Foram encontradas dezenas de pessoas trabalhando em um ambiente que não havia comida ou um local para armazenar comida. Eles levavam de casa, deixavam pendurada numa árvore, então, em poucos minutos, naquela temperatura, a comida estragava, enchia de formigas. Não tinha sanitários, nem lugar para descansar. Não tinha fornecimento de água — relatou.
— Não há, nesse caso, qualquer vinculação neste enquadramento com a questão de liberdade, porque justamente a liberdade aqui é pura retórica — completou.