JORNALISMO DE SOLUÇÕES

— Atendemos grandes empresas do país na área da tecnologia e muitas delas nos contratam porque o time é composto por uma maioria de mulheres e porque valorizam a diversidade. Aliás, diversidade é a palavra. Eles (as empresas) querem times diversos, com outros olhares para destituir o ambiente majoritariamente masculino — explica Carine.

Mas o maior desafio da executiva está prestes a ser iniciado. A partir do próximo dia 22, serão abertas as inscrições para um curso online gratuito que oferecerá a mulheres de todo o Brasil o desenvolvimento para cargos de liderança na área da tecnologia. O programa do Movimento TogetHer terá aulas sobre comunicação, estilos de liderança, gestão remota e ágil de equipes. A meta é instrumentalizar os times com mulheres capazes de chegar a cargos de líder.

— Antes, as mulheres não ingressavam no mercado de tecnologia. Agora, estão entrando, mas ainda estão respondendo aos homens. Então, queremos mulheres liderando. Hoje, quando falamos de equiparação salarial, precisamos empoderar as mulheres para que elas cresçam e rompam barreiras. Acredito que no futuro, vamos ter que abrir espaço para os homens na TI de tanto que vamos chegar e conquistar nosso espaço — afirma Carine.

Confira países que se destacam pela aplicação de legislação de paridade salarial de gênero

Islândia
A Islândia foi o primeiro país no mundo a eleger uma presidente, em 1980, e tem desde 1961 uma lei exigindo o pagamento de remunerações iguais para trabalhos iguais. No país, 47% das cadeiras nos conselhos das empresas são ocupadas por mulheres. A Islândia também tem lei que libera o pai para licença remunerada de seis meses. Em 2018, se tornou também o primeiro país do mundo a exigir que o governo cobre a comprovação das empresas de que pagam os mesmos salários para colaboradoras e colaboradores com funções equivalentes. Todas as empresas com mais de 25 empregados precisam ter a política de equidade salarial certificada junto ao governo. As que não possuem o certificado ficam sujeitas a multas diárias.

Estados Unidos

A Lei da Igualdade Salarial dos Estados Unidos existe desde 1963. Ela proíbe discriminação de salário por conta do sexo do empregado e é regulada pela Comissão para a Igualdade de Oportunidades no Emprego, órgão do governo norte-americano responsável por fiscalizar e aplicar as leis do país ligadas a discriminação no trabalho não só por gênero, mas também raça, religião, cor, orientação sexual, nacionalidade, idade e outras condições. Em 2022, os rendimentos das mulheres eram, em média, 17% menores que dos homens nos Estados Unidos, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

Ruanda

A exigência de igualdade salarial foi incluída na nova Constituição de Ruanda, em 2003 e reformada em 2015. Em 2017, conforme o Fórum Econômico Mundial, as mulheres já ganhavam 12% menos que os homens lá, enquanto nos Estados Unidos, naquele ano, a diferença era de 26%. O Parlamento de Ruanda tem 61% dos assentos ocupados por mulheres. Desde a Constituição de 2003, o país exige que ao menos 30% das vagas do Parlamento sejam ocupadas por mulheres.

Luxemburgo

No país, as mulheres ganham somente 0,7% menos do que o que é pago para os homens, de acordo com a Eurostat. A paridade salarial para trabalhos equivalentes se tornou lei no país em 2016. É o único país da União Europeia que tem um ministério dedicado exclusivamente à igualdade de gênero: o Ministério da Igualdade entre Mulheres e Homens.

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