Após serem amparados, os migrantes arão por cursos de especialização e futura integração no mercado de trabalho.
Relembrando o importante papel dos imigrantes na história do Rio Grande do Sul, o presidente da Fiergs afirmou que esse é um novo o para o desenvolvimento das pessoas e do Estado:
— Há muitas indústrias que hoje são gigantes, mas começaram como pequenos negócios familiares, fruto de trabalho árduo, de uma visão daqueles que escolheram essa região para começar. É com esse espírito que desenvolvemos a Indústria Acolhedora, um programa que promove a qualificação e a inserção produtiva de imigrantes e refugiados.
Além da questão educacional e profissional, os migrantes terão o a auxílio para adaptação e inclusão, pensando neles e em seus familiares.
— A OIM vem, desde o primeiro acolhimento, ajudando na parte de documentação, de tudo que o migrante precisa logo que chega aqui ao Estado. O Sesi vem cuidando da assistência médica, odontológica, vacina, apoio psicossocial e uma série de outros serviços — explicou o gerente da Divisão de Educação do Senai-RS, Marcio Basotti.
O Sesi também vai prestar apoio relativo a educação básica, idioma e a assistência aos filhos dos migrantes e refugiados que estão em idade escolar. Na parte da educação profissional, o Senai entra com ações para qualificar os integrantes do programa.
A necessidade de integrar o migrante e o refugiado foi destacada pelo chefe da missão da OIM do Brasil, Paolo Caputo:
— A Indústria Acolhedora precisa incluir essa mão de obra na comunidade, porque isso é o segredo do sucesso, do êxito. Quando um migrante já faz parte da comunidade, a relação com o território, com a indústria, muda. É o começo de uma nova vida, de uma nova história que vamos construir juntos.
Segundo Caputo, o programa deve atingir imigrantes de vários países, mas principalmente da Venezuela, do Haiti e de Cuba.
Luiza Brunet destacou o impacto de iniciativas como esta na vida de mulheres:
— Quando essas parcerias são feitas, de fato, a coisa acontece. Tem a questão da mulher ter a oportunidade de empreender. Mas antes disso, ela precisa se profissionalizar, estar com essa parte emocional e psicológica em dia.
Inicialmente, o programa Indústria Acolhedora será desenvolvido em quatro polos do Estado: o Fundo, Erechim, Caxias do Sul e Vale do Taquari.
Um projeto-piloto foi iniciado, há cerca de duas semanas, na região de Erechim, com 200 pessoas participando da parte de qualificação. Essa iniciativa conta com apoio da empresa Comil.
— Hoje, estamos com 200 pessoas trabalhando, estudando, já fazendo os cursos na região de Erechim. Praticamente todas elas já estão com oportunidades, se já não estão inseridas dentro das indústrias locais — destaca Basotti.
O gerente da Divisão de Educação do Senai-RS afirma que segmentos como os de alimentação e metalmecânico estão entre os principais ramos que devem receber profissionais formados dentro do programa.