Onde será o primeiro projeto de hidrogênio verde em escala industrial no Brasil
Representando o papel do braço público nessas ações, Eduardo Leite falou de medidas que já estão sendo executadas pelo Estado, como estudo para mapear o potencial energético gaúcho e ampliação de linhas de transmissão. O governador destacou que os projetos desse porte são investimentos que interessam à humanidade, cumprindo um compromisso com o clima.
Entre as características favoráveis para os investidores buscarem o Estado, Leite mencionou o fato de o Rio Grande do Sul estar próximo de grandes centros de demanda, com alta industrialização regional, além da proximidade com o Sudeste.
O hidrogênio é considerado o combustível do futuro e deve se tornar um importante recurso energético até 2050. Estimular iniciativas para a produção de hidrogênio limpo é uma das diretrizes do governo do Estado para substituir o uso de combustíveis fósseis.
— O hidrogênio verde é um eixo de desenvolvimento que vemos para o nosso Estado. Contratamos estudo de consultoria internacional que atestou a condição de competitividade do Estado. Estamos tentando viabilizar a instalação de uma indústria de hidrogênio verde e trabalhando em impulsionar a demanda por hidrogênio verde no Estado, para ajudar a sustentar a planta. Temos demandas que justificam (o investimento) e que são diferenciais para que o RS aposte nesta transição energética — disse Leite.
Guilherme Sari, presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindinergia-RS), entidade realizadora do evento em parceria com empresas ligadas ao setor, reforçou a importância de atrair indústrias de geração renovável para o Estado, a exemplo da eólica. Mas lembrou que há duas preocupações que precisam ser destravadas. A primeira a por promover a descarbonização da indústria. A segunda, por promover maior demanda pelo uso da energia renovável, e assim justificando novos investimentos nessa área.
— Precisamos trazer a indústria eólica para o Rio Grande do Sul. O onshore (quando os aerogeradores são instalados em terra) será um primeiro o para isso. Mas o objetivo é avançar também no nearshore (quando os parques eólicos ficam próximos da costa), com condição específica do Rio Grande do Sul com áreas possíveis para isso junto a lagoas — disse Sari.
Segundo Sari, somente em offshore (instalação em alto-mar ou a muitos quilômetros da costa) o Estado responde por mais de um terço de toda a capacidade instalada no país nos projetos que estão em estudo pelo Ibama, sendo considerado, portando, um importante player.
— É uma indústria que tem 22 projetos no Estado e capacidade de investimento de mais de R$ 800 bilhões e milhares de empregos que podem ser gerados. Temos um bom porto no RS, mas precisamos de crescimento na estrutura junto aos estaleiros para a operação offshore. O Estado tem que ser parceiro dos investidores que estão ávidos por esses projetos — destacou o diretor.