
Instalar claraboias em projetos arquitetônicos tem se tornado uma escolha frequente entre quem busca ampliar a entrada de luz natural nos ambientes sem abrir mão da privacidade. Além de favorecer a iluminação e contribuir para a redução no uso de energia elétrica, esse elemento também melhora a ventilação dos espaços. “Sem contar que esteticamente deixa a edificação muito interessante”, afirma o arquiteto Raphael Wittmann, à frente do escritório Rawi Arquitetura + Design.
Todavia, a claraboia não é essencial em todos os projetos. Isso porque, conforme o profissional, nem todo imóvel necessita ou sustenta o recurso. “Quando a localização da casa já provê uma quantidade considerável de iluminação natural e tem uma grande incidência de altas temperaturas, sua inclusão torna os ambientes muito quentes ou excessivamente iluminados”, avalia.
Ainda de acordo com ele, a análise ainda leva em conta o grau de inclinação e sua possível fragilidade que pode demandar a instalação de reforços estruturais. “E, sem dúvida, esse cuidado acaba por encarecer o projeto”, considera Raphael Wittmann.
Ambientes beneficiados pela claraboia
Por ser um elemento estratégico, os locais mais indicados para receber uma claraboia são aqueles com pouca entrada de luz e ventilação, como corredores, banheiros, closets, cozinhas e pátios internos. “Espaços de circulação geralmente não possuem janelas e costumam ser mais escuros e abafados ao longo do dia. Nesse caso, ela resolve esse problema de forma eficiente”, analisa o arquiteto.
Ambientes com pé-direito alto, como salas de estar e halls, se beneficiam ainda mais do efeito de luz e sombra que a claraboia proporciona.
Tipos de claraboia
Entre as versões existentes, Raphael Wittmann elenca 3 possibilidades:
- Fixas: voltadas exclusivamente para iluminação e sem aberturas;
- Ventiladas: com sistema de abertura que permite a circulação de ar;
- Tubulares: captam e distribuem a luz do sol de forma eficiente e são indicadas para espaços pequenos, como banheiros e closets.
“Além da estética diferenciada e o bem-estar dos ambientes internos, a claraboia se configura como um item a favor da sustentabilidade”, comenta Raphael Wittmann. No caso das ventiladas, há ainda a vantagem de permitir a renovação do ar, evitando o acúmulo de umidade em locais fechados.

Pontos a considerar antes de instalar a claraboia
Em casos de reforma da edificação, Raphael Wittmann ressalta a importância de avaliar se a estrutura do telhado permite a instalação sem comprometer a vedação e a segurança, pois uma obra mal planejada resulta em vazamentos e problemas estruturais. “Antes da execução, verificamos pontos essenciais para trabalharmos sem preocupações”, diz. Abaixo, veja quais são:
- Fechamento adequado para evitar infiltrações e goteiras em dias chuvosos;
- Escolha do ângulo correto da claraboia para prover a quantidade necessária de luz e calor ao ambiente;
- Manutenção periódica com a facilidade de o para a limpeza do vidro e a verificação das juntas para evitar o acúmulo de sujeira e danos estruturais;
- Uso de materiais resistentes para assegurar a longevidade da peça;
- A adição de isolamento termoacústico em regiões muito quentes ou com ruídos. “Nesses casos, podemos considerar o emprego de vidros duplos”, determina.
Atenção aos materiais
A definição dos materiais está diretamente relacionada a durabilidade e a eficiência de uma claraboia. Conforme explica o arquiteto do escritório Rawi Arquitetura, a realização deve acompanhar a norma ABNT 7199, que detalha as características dos vidros — laminado, aramado e o insulado —, e da estrutura com a utilização do alumínio e do aço.
“Em alguns casos, o policarbonato é uma resposta interessante por ser mais leve e com melhor isolamento térmico, condições que o tornam ideal para regiões com intenso calor”, observa.
Outras soluções à claraboia
Caso a colocação da claraboia não seja viável, o arquiteto recomenda outras maneiras de trazer mais luz natural: a inclusão de janelas altas e próximas ao teto; telhas translúcidas em áreas externas, como varandas ou lavanderias, e o emprego de espelhos bem-posicionados.
Por Emilie Guimarães