
No inverno, é comum que gripes e resfriados afastem as pessoas dos exercícios físicos — e, depois de dias sem treinar, fica mais difícil de retomar o ritmo. Mas tem quem afirme sentir melhora nos sintomas da doença depois das atividades. Afinal, a prática é saudável?
De acordo com a médica do esporte do Hospital Mãe de Deus, Rosemary Petkowicz, a orientação sobre treinar ou não depende dos sintomas da doença. No caso de síndrome gripal com febre, mal-estar ou dor no corpo, não é recomendada a prática de exercícios físicos.
— É uma contraindicação formal, seja atleta ou não, porque não vai render e ainda vai piorar o quadro — explica Rosemary.
Conforme a médica, o repouso é indicado porque, em um quadro infeccioso, o corpo já está precisando de energia para ativar o sistema imune.
— O vírus, assim como está alojado no sistema respiratório, pode migrar para outros tecidos, porque o corpo já está em estresse. Então, o exercício pode gerar um outro estresse e impor um trabalho para o corpo, que pode sobrecarregar.
Em caso de resfriado, vai depender da intensidade do exercício e da faixa etária de cada um. Os idosos, por exemplo, não devem gastar energia. Também deve ser avaliado o risco de transmitir a doença aos outros, frisa a profissional. Se os sintomas estão só relacionados a via aérea superior, como coriza leve, os treinos estão liberados, porém em menor intensidade.
— São recomendados aqueles exercícios em que mantemos a frequência cardíaca e respiratória mais baixas, como um treino muscular, de mobilidade e alongamento.
A dica para medir a intensidade é perceber a frequência cardíaca. Se a pessoa não consegue manter uma conversa durante o exercício e fica ofegante, essa é uma intensidade de moderada a alta. A médica explica que, no caso da musculação, uma opção é baixar os pesos, para que o treino não exija tanto esforço do corpo. Correr e andar de bicicleta devem ser práticas evitadas em períodos de resfriados.
— Temos que lembrar que o corpo, quando faz um exercício em intensidade mais alta, tem uma queda do sistema imune. "Abre a janela" imunológica e o corpo fica mais vulnerável ao processo infeccioso — explica.