O épico com três horas e meia percorre do final dos anos 1950 ao começo dos anos 2000. Realizado pelo mestre Martin Scorsese, conta com Robert De Niro, Joe Pesci, Harvey Keitel e Al Pacino no elenco. O protagonista é Frank Sheeran (De Niro), matador da máfia que inicia uma amizade com o sindicalista Jimmy Hoffa (Pacino), desaparecido em 1975.
É um filme com boas chances pelo cacife de seu diretor e de seu elenco, todos empenhados em realizar uma obra de profundo impacto sobre poder, decadência e traição.
Visão de Todd Phillips para o vilão dos quadrinhos da DC Comics. No longa, o aspirante a comediante com problemas mentais sofre um surto psicótico e se torna a imagem de uma revolta popular contra a elite de Gotham. É o líder de indicações. No papel principal, Joaquin Phoenix é o favorito como ator. Por ter sido uma das produções mais discutidas de 2019, não é de surpreender que vença também como melhor filme.
Quentin Tarantino homenageia o mundo do cinema ao reconstituir a Los Angeles de 1969, época de inquietação social e política. A trama é centrada na figura de um ator decadente, Rick Dalton (Leonardo DiCaprio), e em sua amizade com seu dublê, Cliff Booth (Brad Pitt). Embora não seja o melhor Tarantino, o filme foi um dos sucessos de 2019, conta com uma primorosa reconstituição de época e é uma carta de amor a Hollywood, algo que a academia adora.
No longa de Noah Baumbach, Adam Driver e Scarlett Johansson interpretam um casal de artistas - ele um diretor de teatro, ela uma atriz da companhia dele - que, após anos de um casamento com altos e baixos, decidem se separar. Amigável no início, o divórcio não se revela um caminho simples.
Embora dramas familiares tenham respeitável tradição no Oscar (vide Gente como a Gente, em 1981, ou Laços de Ternura, em 1984), as apostas para uma premiação histórica da Netflix se inclinam mais para O Irlandês.
Filme do sul-coreano Bong Joon-ho, combina humor e drama para narrar a história de uma família de desempregados, habitantes em um porão na periferia de Seul, que se infiltra aos poucos na vida de um casal rico a partir de pequenos golpes. A grande mansão que eles am a frequentar, no entanto, guarda alguns mistérios. É disparado o melhor filme de 2019, o que não deve ser minimizado, mas seu caráter de produção estrangeira dificulta sua vitória, dada a relutância da academia com obras em outros idiomas que não o inglês.
Dirigido pelo neozelandês Taika Waititi (de Thor: Ragnarok), o longa se a durante a Segunda Guerra Mundial e conta a história de um menino alemão, Jojo (Roman Griffin Davis), que tem Adolf Hitler (interpretado pelo próprio cineasta) como amigo imaginário. Aficionado pelos ideais nazistas, o garoto de 10 anos descobre que sua mãe está escondendo uma jovem judia em sua casa.
Embora tenha se saído bem na tarefa espinhosa de misturar comédia e nazismo, é um filme que não tem o impacto e o alcance dos favoritos.
Dirigido por James Mangold (Logan), conta como, nos anos 1960, a Ford resolveu desenvolver um carro para enfrentar a hegemonia da italiana Ferrari nas 24 Horas de Le Mans, na França. No longa, Matt Damon vive Carroll Shelby, o primeiro piloto dos Estados Unidos a vencer a prova, em 1959, e Christian Bale vive o inglês Ken Miles, exímio piloto e mecânico, mas péssimo no trato com as pessoas.
Embora seja uma produção competente, calcada em bons atores, é um drama esportivo do tipo que se tornou comum nos últimos anos e não parece ter estofo para concorrer com os favoritos.
Inspirado no livro Mulherzinhas, de Louisa May Alcott (1832- 888), o filme de Greta Gerwig com Saoirse Ronan e Emma Watson acompanha a trajetória das quatro irmãs March – Meg, Jo, Beth e Amy – nos Estados Unidos da Guerra Civil.
É baseado em um livro fundamental da cultura americana. Mostrando, no entanto, que a academia ainda não calibrou sua sensibilidade para os novos tempos, foi o único filme dirigido por uma mulher indicado nas categorias principais.
*Colaborou Bibiana Davila.