Embora a pesquisa esteja distante da realidade atual, pois teve como base os censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000 e 2010, os órgãos responsáveis pela pesquisa entenderam que havia necessidade de desagregar as informações por sexo, cor e populações rurais e urbanas para identificar as necessidades de cada grupo.
Segundo a pesquisa chamada Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e ocupa a 10ª posição do ranking de 143 países. Apesar das gritantes diferenças sociais, o estudo mostra que houve melhora no desenvolvimento individual dos grupos analisados. O IDHM, que é o índice que afere a qualidade de vida, é representado por um número que varia entre zero e um. Quanto mais próximo de um, melhor.
Apesar de a Região Metropolitana de Porto Alegre ter sido uma das piores colocadas, o IDHM dos negros cresceu 22% na década analisada (de 0,563 em 2000 para 0,691 em 2010). Porém, continua abaixo do IDHM dos brancos que ficou em 0,778 em 2010. Com relação à educação, a frequência escolar dos brancos foi 22% maior que o da população negra (0,687 e 0,562) no mesmo ano.
– O IDHM da população negra foi o que cresceu mais rapidamente naquela década, ainda que continue com valores inferiores, se comparado ao IDHM da população branca – diz o estudo.
As maiores diferenças percentuais entre raças de 111 municípios avaliados foram em Porto Alegre e Feira de Santana, na Bahia. Na capital gaúcha, o IDHM da população negra foi 18,2% inferior ao IDHM da população branca.
A pesquisa mostra ainda que, de modo geral, as mulheres tiveram um desenvolvimento melhor que os homens no que tange à expectativa de vida e ao o à educação, embora continuem tendo salários mais baixos. As populações rurais também melhoraram os seus índices, mas continuaram com patamares inferiores aos das cidades, principalmente em estatísticas de educação e renda.