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Nesse período, o cantor não saia de casa, não caminhava pelas ruas, mas lia muito, olhava filmes e escrevia. Gostava de tomar vinho e tinha uma dieta regrada, gostava de peixe. O casal descreve o cantor como um homem simples e de uma inteligência ímpar.
– O Belchior era um grande entendedor da natureza humana, uma pessoa que se desligou complemente das coisas materiais. Era um grande filósofo. Foi uma honra receber Belchior na minha casa – afirma Ubiratan.
Edna não deixava se fotografar e muito menos fazer registros do marido. Também evitava que Belchior ficasse sozinho com o casal. Apenas uma vez a família conseguiu registrar momentos com o cantor quando estavam na chácara do casal em Murta, no interior de a Sete, cidade do Vale do Rio Pardo. Ele ava dias nessa casa onde podia caminhar em meio ao verde.
– Houve uma vez que ele começou a recitar um poema em latim. Comecei a chorar – lembra Ingrid.
De lembrança, além de momentos em que puderam desfrutar da sabedoria do cantor, guardaram um pijama que ele esqueceu no quarto.
*Zero Hora
