A atitude da médica Rayssa Miranda e da estudante de Medicina Manuela Lemos chamou a atenção nas redes sociais após a criação de uma receita  adaptada para um paciente analfabeto. Em entrevista para GaúchaZH, Manuela Lemos, de 21 anos, conta como foi a repercussão do caso. 

— Nunca imaginei que a (receita) iria parar no Twitter e que tudo isso aconteceria.  Foi minha irmã quem colocou sem eu nem saber — explica.

 A publicação no Twitter já a dos 218 mil likes. 

A médica Rayssa, que trabalha na  Unidade Básica de Sáude da Condor, em Belém, tem o costume de fazer um atendimento especial para cada paciente. Por meio de desenhos, fitas e, até mesmo, pinturas nas caixas, a médica que a supervisiona usa diferentes táticas para pacientes que não sabem ler, conta Manuela.  Mas a ideia das fitinhas na caixa que viralizou  é da estudante. 

A médica e Manuela perceberam que o paciente estava fazendo uso irregular da medicação. 

 — Descobrimos que o motivo era o fato dele não conseguir ler para entender a receita   —explica. Ele fazia tratamento há três meses para diabetes e hipertensão, mas sempre voltava ao consultório com os exames alterados. Rayssa prescreveu os medicamentos e pediu que ele retornasse para falar sobre qual  maneira correta de tomar cada um. Fitas coloridas foram coladas nas caixas e a médica explicou qual era o significado de cada uma.

Ao retornar, para mostrar se o método estava funcionando, ele foi atendido por Manuela, com a supervisão da médica. — Percebi que apesar de ter as caixas identificadas, ele ainda confundia bastante o horário de cada fita, esquecia o significado de cada fita — , revela. 

Então, ela pediu autorização para a professora, e perguntou se o paciente sabia ver as horas no relógio. Ele respondeu que não tinha dificuldade com números, apenas letras. A famosa receita foi a maneira encontrada pela estudante para que ele compreendesse. 

—  Agora estamos aguardando o retorno do paciente na unidade para avaliar se o controle da hipertensão e do diabetes finalmente está melhor.  Nos emocionamos com a história de vida desse paciente.


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