• Covarde (144 páginas, R$ 89,90), em que o ladrão Leo Coward busca planejar o roubo perfeito;
  • Lawless (144 páginas, R$ 89,90), em que o soldado Tracy Lawless, um dos filhos de Teeg Lawless, retorna das guerras no Iraque e no Afeganistão para tentar descobrir quem largou em um beco o corpo de seu irmão, Rick;
  • Os Mortos e os Moribundos (144 páginas, R$ 89,90), que se a em 1972 e interliga as trajetórias de um boxeador, um gângster, uma garçonete e Teeg Lawless;
  • Noite de Azar (128 páginas, R$ 98,90), que apresenta Jacob Kurtz, um viúvo que por muito tempo foi o principal suspeito da morte de sua esposa e hoje produz uma tira de quadrinhos policial no jornal da sua cidade, onde vai se  envolver com a femme fatale Iris e trilhar uma jornada turbulenta;
  • Os Pecadores (144 páginas, R$ 98,90), em que Tracy Lawless acaba encarregado de solucionar uma série de assassinatos de mafiosos;
  • Meus Heróis Eram Todos Viciados (72 páginas, R$ 69,90), em que o típico protagonista masculino de Brubaker e Phillips dá lugar a uma moça: Ellie, filha de uma viciada em heroína, fã de cantoras, escritores, roqueiros, pintores etc. que tinham alguma forma de dependência química e agora internada em uma clínica de reabilitação, onde começa a se aproximar de um rapaz;
  • e Um Fim de Semana Ruim (72 páginas, R$ 84,90), ambientada durante uma convenção de quadrinhos, onde Jacob Kurtz vai acompanhar o lendário autor Hal Crane e descobrir uma história secreta e sombria.
  • Agora em fevereiro, está saindo O Último do Inocentes (112 páginas, R$ 94,90), sobre Riley Richards, um garoto que tem o futuro garantido e namora a garota mais bonita da escola, mas está ligado ao mundo do crime. No final de março, será a vez de Hora Errada, Lugar Errado (112 páginas, R$ 94,90), que visita o ado de Teeg Lawless, quando estava atrás das grades, e a infância perigosa de Tracy Lawless. Mais adiante, sairá Verão Cruel (Cruel Summer), outra história estrelada pela família Lawless, agora em 1988.

    Editora Mino / Divulgação
    Uma página de "Criminal: Lawless"

    Enquanto Sean Phillips equilibra realismo e estilização, apostando na expressividade dos personagens e contando com a inestimável companhia de coloristas como Elizabeth Breitweiser, Val Staples e Jacob Phillips (seu filho), Ed Brubaker atualiza, em narrativas ambientadas no século 21, nos anos 1970 ou na década de 1980, a literatura noir — Raymond Chandler, Dashiell Hammett, James M. Cain... — e o cinema desse subgênero policial. Com títulos indicativos, filmes como Alma Torturada (1942), À Sombra de uma Dúvida (1943) e Beijo da Morte (1947) traduziam angústias da população estadunidense, com o sentimento de segurança e estabilidade em xeque por conta da Segunda Guerra Mundial. Assim disse o pesquisador Bertrand de Souza Lira, autor de Cinema Noir: A Sombra como Experiência Estética e Narrativa (Editora UFPB, 2015): "Com seus valores abalados, a sociedade absorveu facilmente a concepção niilista do homem, com temas sombrios, como alienação, corrupção, desilusão e neurose, alimentando os argumentos noir". Em cenários pessimistas e fatalistas, quase sempre noturnos ou soturnos, a sobrevivência demandava personagens de ética e moral ambivalentes.

    Criminal retoma quase todos os clichês do noir: os pequenos criminosos, os assassinos cruéis, as femmes fatales, os barões do submundo, os bartenders que sabem tudo, os capangas dotados de um código de ética e os homens tragados por seus próprios desejos. Ed Brubaker e Sean Phillips cozinham esses ingredientes com afeto e sofisticação, mas sem glorificar o crime. Seus personagens estão longe de serem heróis, embora despertem empatia. Só que nem os autores, nem eles próprios escondem seus podres ou douram sua índole. São íntegros em sua baixeza — ainda que aqui e ali elevem-se no meio de gente pior.

    Brubaker e Phillips mergulham no lodo emocional de um punhado de homens (quase sempre brancos, vale ressaltar). A voz encontrada pelo roteirista é tão autêntica, que embarcamos juntos. Somos seduzidos como marinheiros por sereias: sabemos que, de um jeito ou de outro, vamos quebrar a cara, mas rumamos resolutos para os rochedos.

    Os personagens de Criminal tentam fugir desse destino que conhecem tão bem. Por vezes, são patéticos na sua fé em um sonho. Em outras, a vingança é o único sentido de suas vidas. Todos buscam os braços de outros (quase sempre outras, vale reforçar) porque não am a solidão que tanto lhes convém. Todos carregam traumas familiares, daí que muitos procurem, a seu modo, recriar ou inventar laços. Não é por acaso que personagens centrais de uma história apareçam como coadjuvantes quase desimportantes em outras, e vice-versa: como uma família, estão todos unidos pelo sangue.

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