
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Durante a visita da comitiva brasileira à China, a ex-presidente da República Dilma Rousseff, atual líder do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics, e o presidente do IBGE, Márcio Pochmann, apresentaram o novo mapa-múndi com projeção invertida que coloca o Brasil no centro e posicionado mais ao topo da imagem.
Em publicação nas redes sociais nesta terça-feira (13), Pochmann destacou que o mapa "inspira líderes mundiais":
"Seja no fórum Celac, seja no encontro Brasil-China, o novo mapa-múndi do IBGE apresenta uma representação alternativa do planeta e mobiliza as lideranças do Sul Global", escreveu no X.
Em outra imagem, o presidente do IBGE aparece ao lado do primeiro-ministro chinês, Li Qiang, ressaltando que o país pode contribuir para divulgar o novo "formato cartográfico do mundo em transformação amparado no inédito dinamismo econômico e protagonismo geopolítico".

Histórico e críticas
O IBGE havia divulgado em abril de 2024 um modelo de mapa com o Brasil ao centro. Na última quarta-feira (7), lançou oficialmente o formato invertido.
Já na segunda-feira (12), Pochmann celebrou em seu X o "êxito instantâneo" do novo mapa e afirmou que houve grande procura de exemplares do produto, que estão à venda na loja do IBGE.
"A publicação do novo mapa-múndi pelo IBGE alcançou êxito instantâneo, considerando o importante debate aberto e destravado sobre o Brasil diante da nova geopolítica global impulsionada pela emergência do Sul Global", escreveu.
Por outro lado, técnicos do órgão manifestaram repúdio à nova versão. Segundo a Associação do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (ASSIBGE-SN), o novo formato distorce em vez de informar a população, além de esconder um paradoxo diante das crises que o país enfrenta. Também disse que a iniciativa "combate a realidade com ilusões gráficas".
Esta não é a primeira vez que a gestão Pochmann sofre críticas dos trabalhadores. A primeira foi quando o servidores denunciam a fundação de direito privado dentro do órgão, o IBGE+.