O Luiz Osório ocupava a posição de CEO e eu presidia o conselho de istração e a vice-presidência da 3tentos. Ficamos assim durante quatro anos, dois mandatos. Agora, com o vencimento do segundo mandato, fizemos uma inversão das funções visando o fortalecimento da empresa, principalmente na melhoria da gestão para armos esse crescimento (do negócio).

Como está a rota de expansão da 3tentos hoje?
Estamos vivendo um novo ciclo de crescimento. O principal driver (fator impulsionador) são as expansões industriais, inclusive no RS (em Ijuí e em Cruz Alta, com uma ampliação de 30% na capacidade de processamento de soja e de 65% na produção de biodiesel). E uma indústria voltada para processamento de milho e produção de etanol, que está sendo construída no Vale da Araguaia. Estamos com foco de expansão no Mato Grosso, mas o RS ainda representa 70% do faturamento da empresa. Seguimos acreditando muito no Estado, apesar dos anos desafiadores que vivemos.

Como fazer essa ampliação diante de uma sequência de problemas climáticos no Rio Grande do Sul?
Sem dúvida, é um desafio. Primeiro, para o nosso parceiro, que é o produtor rural. Mas também para nós, como empresa, em termos de matéria-prima. Embora o Estado tenha ainda uma produção bastante consolidada, o que acaba sendo um pouco mais impactado é o volume de soja in natura exportado. Mas o agro gaúcho é muito competitivo. Falar que é resiliente é quase chover no molhado.  E a gente (3tentos) tem enfrentado esses problemas com alternativas, como o incentivo de produção de canola no inverno.

E como a guerra comercial bate para a empresa de vocês, que tem a soja como matéria-prima do seu produto final?
À medida que a matéria-prima se valoriza, a tendência é que os produtos oriundos da indústria, como o farelo e o óleo, também se valorizem. Ainda que a guerra comercial, em última instância, não seja benéfica para ninguém, para o Brasil, pode beneficiar. Pode abbrir espaço não só para a soja in natura, mas para o farelo, todaas as cadeias de carnes, o milho. Então o cenário tende a ser mais positivo do que preocupante. 

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