Alexandre Velho, vice-presidente da entidade, estima que a área do arroz fique até 10% menor no Rio Grande do Sul – algo entre 900 mil e 1 milhão de hectares.
– É preciso adequar a oferta ao mercado, caso contrário, o setor arrozeiro terá dificuldade enorme – acrescenta Anderson Belloli, também dirigente da Federarroz.
O primeiro levantamento feito pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) apontou recuo tímido, de apenas 2,5% em área, que deverá somar 1,07 milhão de hectares – ante 1,1 milhão de hectares no ciclo deste ano. Mas o presidente da instituição, Guinter Frantz, projeta que a diminuição possa ficar em torno de 5% ou "um pouco mais":
– Vai haver redução, pela dificuldade de o ao crédito do produtor. Muitos devem fazer manejo pouco técnico.
Sem adiantar os números desta quarta-feira, o presidente da Emater, Clair Kuhn, concorda que um dos impactos da desvalorização dos grãos poderá ser o de redução do pacote tecnológico utilizado nas lavouras.
– Há menor liquidez nesta safra em relação à ada. Ainda tem muito produto guardado no armazém. Se continuar assim, terá reflexo na área e no pacote tecnológico a ser utilizado nas lavouras – diz Kuhn.
A solução para tentar fazer o mercado reagir é mirar o mercado externo – Irã, Iraque, Turquia, Nigéria e China são considerados destinos estratégicos .
O milho é outra cultura que poderá ficar com área menor. Depois de um 2015 com preços acima do padrão, o produtor voltou a apostar no grão em 2016. Mas a desvalorização neste ano promete repercutir na tomada de decisão – o plantio já começou no Estado.