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Grupos de cientistas da Universidade de Zurique e da Universidade de Princeton mostraram que as redes sociais são poderosos arquitetos de memórias, e que as pessoas precisam de pouca coisa para se adaptarem a uma nova lembrança – mesmo que seja de um fato que nunca aconteceu. Porque a comunicação molda a memória. Pesquisas em pares de pessoas conversando sobre o ado mostram que uma pessoa pode convencer facilmente a outra de um fato ao repeti-lo seletivamente.

O pior é que faz sentido, porque aquilo que é mencionado é lembrado – não apenas por quem fala, mas também por quem ouve! E, de acordo, o que não é mencionado, é esquecido. Isso é conhecido como convergência de memória, em um grupo pequeno. Mas estudos em grupos maiores mostram como um grande grupo social pode influenciar a convergência de memórias em seus membros. Indivíduos de uma universidade tendem a lembrar de informações (que no estudo eram falsas) vindas de pessoas que pertencem à mesma universidade que elas, e a esquecer informações se elas são fornecidas por pessoas de fora dela. Os grupos que partilham memórias sentem uma identidade, que se traduz em sensação de força, e, portanto, proteção.

Os estudos mais recentes mostram que as áreas do cérebro de uma pessoa que têm memória errada podem ser identificadas quando ela corrige a lembrança ao receber a informação correta. Embora memórias falsas possam ser o preço a pagar por permitir que a informação circule livremente, é fundamental entender como elas se formam. Num mundo cheio de Trumps e raríssimos Mandelas, precisamos de todo o conhecimento possível para encontrar a realidade em meio a tantas alternativas que nos são oferecidas diariamente.


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